Foi fechado ontem acordo entre o governo federal e o setor privado para evitar novos aumentos do preço do álcool combustível. Pelo acordo, o teto para o álcool carburante foi fixado em R$ 1,05 o litro, uma redução de 0,03 sobre o valor comercializado hoje, de R$ 1,08.
Os produtores garantiram o suprimento e o abastecimento de álcool para o mercado interno e o cumprimento de contratos de exportação durante a entressafra, que termina em maio. Eles devem adiantar a colheita e a moagem de cana-de-açúcar para março, o que permitirá manter o nível dos estoques.
As medidas foram anunciadas ontem pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, após uma reunião de mais de três horas com representantes do setor sucroalcooleiro. Também participaram do encontro os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, da Fazenda, Antônio Palocci, e de Minas e Energia, Nelson Hubner (interino), além dos secretários-executivos do Ministério da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pintos, e da Fazenda, Murilo Portugal, e do presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e Álcool, Caio Carvalho.
“Vamos trabalhar na montagem de um programa de estocagem do produto”, afirmou Eduardo Pereira de Carvalho, presidente da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), que considerou o encontro “histórico”. Ele afirmou que o entendimento com o setor não prevê a liberação de recursos para estocagem do álcool carburante.
Rodrigues destacou ainda que o acordo demonstra a maturidade dos produtores de álcool. “Embora isso represente algum sacrifício para o setor, os produtos aceitaram fazer algo que é positivo para o Brasil, especialmente para os consumidores.” O ministro interino de Minas e Energia também comemorou o acordo. “A nossa preocupação era evitar novos aumentos”, assinalou Hubner. “Outro ponto importante é a garantia de abastecimento e suprimento de álcool”, completou o secretário-executivo do Ministério da Fazenda.