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Mercado de eventos técnicos cresce em Ribeirão Preto

O mercado de feiras e de eventos técnicos de Ribeirão Preto, no interior paulista, desconhece a crise. Aclamado como ano da retração econômica, também por conta da conturbada conjuntura internacional, 2002 concentra na cidade uma grande variedade de temas em palestras, simpósios e “oficinas”. Ótimo para um município com vocação comercial e de serviços, que é favorecido não só pelo consumo do público visitante, como também pela divulgação do nome da “capital do chope”.

A agropecuária, por meio da Agrishow, e a geração de energia elétrica, por meio do simpósio do Instituto Nacional de Eficiência Energética – INEE, são exemplos de temas já debatidos há anos em Ribeirão Preto. Devido à sua importância no cenário interno e externo, eles atraíram à cidade algumas das principais lideranças. O evento de energia, realizado em setembro, sediou um inédito debate entre os representantes dos quatro principais candidatos à Presidência da República. Uma prova de que, além da economia local, Ribeirão Preto movimenta também as discussões nacionais.

A variedade de temas confirma a expansão do mercado de feiras e de eventos, assim como o maior período da temporada. A “safra” de empreendimentos de grande porte teve, como de costume, início em abril, com a Agrishow. Mas contrariando a tradição de ir até meados de outubro, neste ano prossegue até o final de novembro, com a primeira versão da Feira Internacional de Negócios, Serviços e Tecnologia do Nordeste Paulista – Tecnam.

Empreendida pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto – ACI-RP, a Tecnam, segundo Cleison Scott, da coordenação, pretende consolidar o município no cenário internacional de eventos. “Estamos unindo as principais especialidades locais, que são serviços e tecnologia, para debater temas de interesse mundial”, diz.

A feira nasce com o respaldo do Simpósio Nacional de Tubulação Industrial – Sinatub, que em sua quarta versão será realizado simultaneamente a Tecnam, no Parque Permanente de Exposições, entre os dias 28 a 30 deste mês.

Criado em 1994 pelo engenheiro mecânico Luiz Cláudio Pereira da Silva, o Sinatub nasceu de seus próprios contatos pessoais com profissionais do setor sucroalcooleiro. “Conheço boa parte dos profissionais da área industrial das usinas e notei a carência de eventos técnicos direcionados para esse público”, comenta ele, também coordenador do Departamento Técnico Comercial da Dinatécnica, empresa que fornece acessórios para tubulações.

O setor sucroalcooleiro deixou de ser o foco exclusivo do Sinatub. As plantas industriais das unidades de açúcar e de álcool continuam relevantes e é direcionada a elas a maioria das palestras. Mas conforme as tendências, elas deverão partir para outros nichos, como estão investindo na produção de eletricidade a partir do bagaço da cana como estratégia para agregar valor.

A indústria de suco de laranja, por exemplo, tende a ser uma nova parceira do setor sucroalcooleiro, cujas usinas caminham para se tornarem fábricas de alimentos como o açúcar líquido, já produzido pela Usina Nova América, em Tarumã, também no interior paulista. Em termos industriais, há pouca diferença entre a tubulação que transporta vapor de uma usina para uma fábrica de sucos.

A amplitude dos negócios entre os setores é, conforme Silva, o diferencial do Sinatub. Neste ano, afirma, estarão em Ribeirão Preto representantes de setores que não tinham eventos direcionados a eles no município. É o caso da citricultura e da indústria de papel e celulose, que também terão temas em debate e profissionais técnicos a virem de outros estados brasileiros. “Estamos fazendo de Ribeirão Preto o centro debatedor do que ocorre no ‘chão de fábrica’ das grandes empresas brasileiras”, conclui o coordenador do Simpósio.

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