O setor sucroalcooleiro vive um novo e promissor momento, que nada tem a ver com as dúvidas e temores do início da safra passada.
O ano de 2005 deverá desencadear um processo de consolidação e desenvolvimento de mercados provenientes de um novo cenário formado pelos efeitos do aumento das vendas do carro flex fuel, da ampliação da geração de energia – tanto para consumo próprio como para comercialização -, da adesão da Rússia ao Protocolo de Kyoto, do
interesse de diversos países pelo álcool combustível, das conquistas
brasileiras na Organização Mundial do Comércio – OMC em relação ao fim dos subsídios europeus ao açúcar, entre outros fatores. “As expectativas são promissoras. A tendência é o aumento gradual das vendas”, afirma Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo – Unica.
Segundo ele, a safra 2005/06 será alcooleira devido ao crescimento do
mercado interno do etanol, por conta do carro bicombustível, e à possibilidade de aumento das exportações. “Mas, isto vai depender
da vontade política dos países compradores”, observa. É preciso
considerar, também, se o volume de vendas obtido com novos mercados
vai compensar – ou mesmo superar – os 400 milhões de litros de álcool, que foram exportados diretamente para os Estados Unidos neste ano – sem intermediação no Caribe -, por conta da alta do petróleo. Com a queda do preço do barril do produto e a provável perda dessas vendas, Antonio de Pádua diz que a meta inicial é
manter os resultados de 2004 e, se possível, melhorá-los.
O diretor da Unica prevê que o Protocolo de Kyoto terá influência
direta no mercado em 2007. O crescimento significativo das vendas
brasileiras de álcool, em função da corrida mundial por um combustível limpo e renovável, deverá acontecer a partir de 2010.
Os prognósticos para o açúcar também são animadores. O Brasil exporta 16 milhões de toneladas do produto para os países em
desenvolvimento, que adquirem 40 milhões no total. “Esses mercados
emergentes registram um crescimento anual de 2,8%, enquanto o negócio
global de açúcar tem um aumento de 2% por ano”, compara Antonio de
Pádua. Com as medidas da OMC, abrem-se perspectivas – de acordo com o diretor da Unica – para a comercialização de três milhões de toneladas de açúcar. A conquista de novos clientes depende de negociações intermediárias envolvendo países europeus, a Alca e o Mercosul.
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