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Álcool hidratado ganhará espaço com redução do ICMS

O álcool hidratado deverá ganhar mais espaço com a redução da alíquota do ICMS de 25% para 12% no Estado de São Paulo. “A prática da sonegação tirou o espaço do combustível no Estado”, disse Eduardo Pereira de Carvalho, presidente da União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica).

Com a redução da alíquota aprovada pela Assembléia Legislativa no dia 30 de outubro, a lei será sancionada hoje pelo governador do Estado, Geraldo Alckmin.

A perda da participação do combustível no mercado é de cerca de 10% ao ano, estima a Unica. Hoje, dos 3,1 bilhões de álcool hidratado produzido no Estado de São Paulo, cerca de 20% do produto é tributado com 25% de ICMS, calcula Alísio Vaz, diretor do Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom). O hidratado movimenta entre 4 bilhões e 4,5 bilhões no país, mas já chegou a movimentar 8 bilhões nos anos 80.

O restante do hidratado é negociado por distribuidoras que sonegam – adquirem o hidratado como se fosse para outro Estado, pagando ICMS menor, mas mantém o produto no Estado – ou fazem a chamada operação “álcool molhado”, ou seja, compra anidro e “transforma” em hidratado.

Para Carvalho, os preços do hidratado nas bombas terão um equilíbrio, mas não as cotações não vão despencar, como é a expectativa do mercado. “Os que sonegam vão ter de ajustar os preços para cima e as distribuidoras do Sindicom vão fazer um ajuste para baixo”, afirmou.

A Unica acredita que a “moralização”, com a redução do ICMS, também dará mais espaço para o álcool hidratado, considerando que os consumidores estão aceitando mais os veículos flexfuel (com dois combustíveis). Pesquisa feita pela Unica no ano passado mostra que os consumidores estão dispostos a comprar carro a álcool ou flexfuel, sobretudo os jovens.