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Destilaria do MT diz não manter trabalho escravo

A Destilaria Gameleira, de Confresa (MT) acusada pelo governo com mais 51 empresas, de manter trabalho escravo, negou as acusações na manhã desta quinta-feira. Marcos Aurélio Melo, diretor da Destilaria Gameleira, está indignado com as acusações e diz que a empresa tomará todas as medidas administrativas e judiciais para responsabilizar os culpados pela discrepância jurídica.

“Trabalho escravo nunca existiu, não temos nem seguranças armados. Todos os trabalhadores têm carteira assinada e são livres, inclusive há pessoas que trabalham na safra para a usina há 6 anos. Servimos três refeições diárias, comida quente no campo e reformamos os alojamentos, banheiros”, explica.

A portaria do governo que acusa empresas de aliciar trabalhadores, foi divulgada ontem pelo Diário Oficial da União. O documento foi assinado pelo ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, com medidas que punem empresas e empresários que utilizem trabalho escravo ou degradem o meio ambiente.

Segundo Melo, já existiram atrasos eventuais de pagamentos de salários de até 15 dias na empresa, principalmente no ano de 2000, mas atualmente tudo está regularizado. “Estamos seguindo a lei, inclusive na época das denúncias os fiscais do governo não encontraram nenhum tipo de trabalho escravo. Na época existiu algum atraso salarial e falta de equipamentos de proteção, pagamos as multas e tudo foi regularizado. Se todas as empresas que atrasassem salários fossem autuadas, algumas prefeituras seriam condenadas”, lembra.

Melo explica que ao recrutar os trabalhadores para a safra, a empresa os registra nas cidades onde residem via Departamento Regional do Trabalho e pagam as passagens de ônibus ida e volta para todos os recrutados, além de disponibilizar ônibus para os colaboradores até nos dias de folga. O diretor apóia a fiscalização, mas acha um absurdo acusações injustas.

A diretoria da Gameleira afirma que ao divulgar a lista, o governo teve uma conduta de cunho político, com o propósito de apresentar-se como libertador de supostos escravos, ganhando assim a simpatia popular.

Novos investimentos – O diretor deixa bem claro que o Grupo está investindo na região e luta pelo progresso. “Essa região é muito esquecida pelas autoridades. A cidade de Confresa nasceu após a fundação da Destilaria, nem a pecuária emprega tanta gente como o setor. Além disso, também investimos em tecnologia. Compramos esta semana duas turbinas para expandir a irrigação, além de investir em um gerador novo, estamos motorizando todo o conjunto de irrigação”.

A empresa também plantou recentemente 1200 ha de cana, totalizando 6,4 mil ha de área cultivada. Moeu nesta safra 300 mil toneladas e produziu 23 mil milhões de litros de álcool.

Para a próxima safra, espera meor 380 mil toneladas e produzir 35 milhões de litros de álcool.