A dívida líquida do setor sucroalcooleiro nacional atingiu na atual safra 2009/10 o valor de R$ 40 bilhões, de acordo com o diretor do Banco Itaú BBA, Alexandre Figliolino. Segundo ele, o valor é ligeiramente inferior ao pico registrado na safra passada, de R$ 42 bilhões.
O executivo explicou que fatores como a queda do dólar, a interrupção de novos investimentos e a geração de caixa maior, provocada pela alta da cotação do açúcar, levaram a uma redução na dívida. Ele acredita que na próxima safra, 2010/11, a dívida cairá ainda mais, para R$ 35 bilhões. “O fundo do poço, quando a dívida atingiu R$ 42 bilhões, coincidiu com a crise de liquidez”, disse.
Segundo ele, por conta da crise, novas aberturas de capital deverão ser registradas apenas no médio prazo. “As empresas de capital aberto poderão fazer emissões secundárias, mas não vejo nenhuma empresa preparada nesse momento para fazer uma abertura de capital”, disse. Mesmo a empresa que deverá nascer da união entre a Louis Dreyfus Bioenergia e a Santelisa Vale deverá abrir capital apenas daqui a cerca de 18 a 24 meses, estima Figliolino.
Nos cálculos do executivo, a precificação das empresas de capital aberto – Cosan, São Martinho e Guarani – atinge hoje US$ 103 por tonelada, considerando o número de ações multiplicado por sua cotação somado à dívida da empresa e dividido pelo volume em toneladas produzido por elas. Para 2010/11, esta precificação deve cair para US$ 101 por tonelada. O banco trabalha com um preço médio de açúcar de 20 cents por libra para a próxima safra 2010/11.