A Petrobras Biocombustível e a portuguesa Galp Energia SGPS assinaram na última sexta-feira em Lisboa um acordo para a criação de uma nova empresa, com capital dividido igualmente entre as duas companhia, para a exploração de biocombustíveis no Brasil. A Galp é antiga parceira da Petrobras e possui 10% do bloco Tupi, 20% de Júpiter, 20% do BM-S-21 (conhecido como Caramba) e 14% do BM-S-9 (Bem-te-vi). O acordo já era esperado, uma vez que faz parte de um memorando de entendimento, com foco no desenvolvimento de projetos para a produção, comercialização e distribuição de biodisel , assinado em maio de 2007 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo primeiro ministro de Portugal, José Socrátes. No entanto, ainda faltam acertar questões importantes como o montante de investimentos que será destinado por cada empresa para a produção anual de 600 mil toneladas de óleo vegetal. “Sabemos apenas que serão necessários algumas centenas de milhões”, afirma Alan Kardec, presidente da Petrobras Biocombustíveis. A expectativa é que a produção comece em 2012, ressalta o executivo. De acordo com Rogério Mattos, gerente da Petrobras Biocombustíveis, a produção terá como principal destino atender à demanda européia, com foco na produção de 500 mil toneladas/ano de biodiesel 2ª Geração. Metade desse volume será produzido em Portugal, afirmou a empresa em comunicado. “O restante, em local a ser definido, para comercialização na Europa, prioritariamente no mercado ibérico”. O presidente da Galp Energia, Manuel Ferreira de Oliveira afirmou no 13 Meeting Internacional, do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), organizado pela Doria Associados, que aconteceu entre os dias 8 e 11 de outubro, em Lisboa, que o acordo deverá gerar receitas da ordem de € 740 milhões de euros a partir de 2015, quando a produção tiver atendido sua plenitude. Para o executivo, o biodiesel da segunda geração será comercializado por US$ 300 a US$ 400 a tonelada. A parceria da Galp com a Petrobras está em linha com os planos do governo português para o setor de bioenergia. “Passamos por muitas transformações nos últimos três anos, e Portugal tornou-se um dos países com maior ambição de crescimento no campo de energias renováveis”, afirmou o primeiro ministro de Portugal, José Socrátes, no encontro. A meta é conseguir em três anos 40% de sua mariz energética seja proveniente de energias renováveis, especialmente eólica e hidrelétrica. O governo português detém 7% do capital da Galp, em um patrimônio avaliado em aproximadamente 700 milhões de euros. A empresa foi constituída em 1999 com resultado da reestruturação do setor energético do país, e em julho deste ano, o governo manifestou o intenção de vender sua participação, como parte de um plano de privatizações e vendas de participações em empresas não-estratégicas para arrecadar cerca de 900 milhões de euros. A Petrobras é considerada uma das potenciais candidata para a aquisição dos ativos da Galp. Segundo Mello, a empresa deve liberar no final de outubro o plano de investimentos até 2020, que “certamente contará com recursos para investimentos na expansão orgânica da companhia”. Por enquanto, ele afirma, a incorporação da Galp não foi considerada.
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