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Mercados: Após seis altas, Ibovespa passa por realização e cai abaixo de 45 mil pontos

SÃO PAULO – A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) interrompeu uma seqüência de seis altas e fechou em queda nesta quarta-feira, afetada por movimentos de realização de lucros. A forte desvalorização nas ações da Petrobras, principalmente nas preferenciais, acentuou a trajetória negativa do Ibovespa, que caiu abaixo dos 45 mil pontos. A correção de baixa sobre os papéis de siderurgias – que beneficiaram a bolsa recentemente – também pesou sobre o humor no pregão.

O Ibovespa perdeu 1,68%, aos 44.587 pontos, após oscilar da máxima de 45.425 à mínima de 44.494 pontos. O volume financeiro somou R$ 4,4 bilhões.

O ganho de 4,08% acumulado pelo índice paulista desde o dia 30, até o fechamento de ontem, abriu espaço para uma realização de lucros na bolsa paulista nesta sessão, com muitos investidores vendendo ações brasileiras para embolsar os ganhos obtidos nos pregões recentes. “O mercado acionário está vulnerável do ponto de vista técnico”, disse o operador de bolsa de uma importante corretora em São Paulo, estimando que o Ibovespa deve buscar patamares mais baixos no curto prazo.

O Ibovespa foi fortemente afetado pela depreciação expressiva dos papéis PN da Petrobras, que respondem pela maior fatia na composição do índice, de 13,798%. As preferenciais da estatal recuaram 2,91%, a R$ 44,91, acompanhando o declínio significativo nos preços do petróleo no mercado internacional. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato da commodity do tipo WTI para março recuou 1,99%, a US$ 57,71, no encerramento dos negócios.

Outra pressão negativa veio do setor siderúrgico. Após sustentarem a alta do Ibovespa nos últimos dois pregões, em particular, as ações de companhias siderúrgicas importantes também sofreram com alguns ajustes e fecharam em queda. O destaque de baixa ficou para Usiminas PN, que recuou 4,28%, a R$ 89,50. As ações ON da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) declinaram 3,52%, a R$ 73,42. As preferenciais da Gerdau caíram 3,76%, a R$ 36,81.

A Gerdau também ocupou o foco das atenções nesta jornada com o seu balanço financeiro, referente ao último trimestre de 2006. No período, a siderúrgica obteve lucro líquido consolidado de R$ 801,9 milhões e receita líquida de vendas consolidada de R$ 5,840 bilhões. Em relatório, o analista da corretora Brascan, Felipe Cardoso de G. Cunha, calculava uma receita líquida da ordem de R$ 5,9 bilhões.

Outra baixa que também afetou o Ibovespa veio das ações PNA da Companhia Vale do Rio Doce, que respondem pela segunda maior participação na carteira teórica do indicador, de 9,955%. Os papéis recuaram 1,46%, a R$ 60,60, nesta jornada.

A maior queda do Ibovespa coube aos papéis ON da Cosan, que cederam 6,29%, a R$ 37,20, no fechamento. Em relatório enviado a clientes, o Banco J.P. Morgan S.A. revisou para baixo as projeções de curto prazo para os resultados da empresa, citando o recente declínio nos preços do açúcar, a apreciação do real e conversas com agentes no setor. A instituição manteve a recomendação de “neutral” (neutro) para as ações.

Do lado positivo, o destaque de alta ficou por conta dos papéis ON da Embraer, que subiram 7,69%, a R$ 23,10. A valorização refletiu a recepção positiva dos investidores ao resultado da oferta secundária de distribuição de ações da companhia, que começam a ser negociadas amanhã na Bovespa. O desconto no preço do papel – foi fixado em R$ 21,35 – e a forte demanda pelos ativos – principalmente por estrangeiros, que responderam por 85% da alocação – repercutiram bem entre os agentes.

(Paula Laier | Valor Online)

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