WASHINGTON – Os Estados Unidos poderão anunciar nos próximos meses uma parceria estratégica com o Brasil para a produção de etanol e de outros biocombustíveis na América do Norte, segundo reportagem publicada nesta segunda-feira no jornal “Miami Herald”.
De acordo com o diário, o acordo poderá ser uma provocação à Venezuela, que tem forte influência sobre a região no fornecimento de combustíveis. Membros do governo americano, no entanto, negam este viés e dizem que qualquer acordo não teria nada a ver com o presidente venezuelano Hugo Chávez.
– Os Estados Unidos e o Brasil são os dois maiores produtores de biocombustíveis do mundo e uma cooperação seria algo natural – diz o porta-voz do Departamento de Estado americano, Eric Watnick.
Segundo ele, a meta do país é “avançar na segurança energética global e ajudar os países a diversificarem suas fontes de abastecimento”.
A aliança entre os dois países no setor de etanol poderá representar a maior conquista já feita por uma administração que vem sendo amplamente criticada por permitir que as relações entre os Estados Unidos e a América Latina caia na rotina em função de uma visão restrita às discussões sobre narcotráfico e livre comércio.
Pessoas próximas à negociação dizem que as negociações vêm sendo levadas pelo subsecretário de Estado para relações políticas, Nicholas Burns, que deverá fechar os detalhes na próxima semana, quando visitará o Brasil e a Argentina. O presidetne Lula, posteriormente, deverá ir a Washington para um acordo formal.
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A idéia é estudar a possibilidade de intruzir o etanol em mercados onde o setor privado tem maior capacidade de investimento. Outros países interessados no projeto serão convidados a participar. Tanto o governo dos EUA quanto o brasileiro terão que investir recursos no acordo.
O Banco Interamericano de Investimento e a Organização dos Estados Americanos (OEA) também deverão participar.
Atualmente, o etanol produzido no Brasil é fortemente taxado, para desestimular sua entrada nos EUA. O país, no entanto, produz para a Jamaica e Costa Rica, que têm acordos de livre comércio com os Estados Unidos.
O Brasil quer ampliar suas exportações, não apenas para os EUA, mas para todos os países.
A medida teria o apoio do ex-governador da Florida, Jeb Bush.
http://oglobo.globo.com/economia/mat/2007/02/05/294451760.asp
