Eliane Oliveira
BRASÍLIA. O etanol está prestes a virar uma commodity. Em cinco anos, segundo governo e especialistas, o combustível deve alcançar o status de produto comprado e vendido internacionalmente por um grande número de agentes, o que garante um mercado sustentável. Líder mundial em exportação de álcool, o Brasil poderá dar um empurrãozinho. Em janeiro, foram US$158 milhões, quase o triplo dos US$57 milhões do mesmo mês do ano passado.
— Numa commodity, o mercado se torna impessoal, como ocorre com soja e petróleo — explicou o diretor do Departamento de Açúcar e Álcool do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan.
Um passo importante será padronizar o etanol com parceiros relevantes, como os EUA. Em encontro ainda este ano, em Washington, os presidentes americano, George W. Bush, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, assinarão uma série de acordos bilaterais nesta área.
— O Inmetro está se dedicando com seu equivalente americano para fazer a padronização. E também está tratando com os europeus a padronização de vários tipos de biodiesel — disse o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan.
O presidente da União da Agroindústria Canaveira de São Paulo (Unica), Eduardo de Carvalho, aplaude a iniciativa. Mas lembra que o etanol só vai virar commodity quando houver pelo menos de 20 a 40 países consumindo o produto. A expectativa da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) é que, até 2011, a área plantada de cana-de-açúcar aumente em torno de 60%, para 8 milhões de hectares.
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