São Paulo, A inflação no município de São Paulo desacelerou da alta de 1,04% em dezembro de 2006 para 0,66% em janeiro deste ano, informou ontem a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). No mesmo mês do ano passado, a elevação foi de 0,50%.
Segundo Juarez Rizzieri, economista e pesquisador da Fipe, o resultado já era esperado, com o fim da pressão dos reajustes das tarifas de transportes em dezembro. A elevação dos preços desse grupo foi bem menos intensa em janeiro (0,77%) ante 4,73% em dezembro de 2006.
Sazonalidade
Rizzieri ressalta que no primeiro mês do ano os alimentos in natura – que aumentaram 7,3% no período –, em especial as hortaliças, foram responsáveis por 42% da alta do Índice de Preços ao Consumidor (IPC). O economista explica que a característica sazonal dos alimentos in natura foi acentuada pelo maior volume de chuvas neste início de ano.
O pesquisador destaca também a participação dos itens educação (3,23%) e álcool combustível (11,74%) que, somados à alta dos alimentos, foram responsáveis por 70% da inflação no mês passado. “As variações desses itens foram pontuais e, em fevereiro, o índice deve ficar em torno de 0,30% ou até abaixo disso”, diz Rizzieri, acrescentando que o maior impacto deve ser do aumento residual do álcool.
Quanto ao grupo educação, a alta também já era esperada devido ao reajuste das mensalidades escolares que ocorrem em janeiro. Já os preços do álcool combustível subiram como reflexo da entressafra da cana-de-açúcar e do aumento da demanda externa para a produção de biocombustível.
Pé no freio
Também registraram desaceleração no período os itens habitação (de 0,17% para 0,10%), despesas pessoais (de 1,53% para 0,68%) e saúde (de 0,46% para 0,39%).
Por sua vez, o grupo vestuário (-0,34%), foi o único a apresentar queda de preços em janeiro, após alta de 0,7% em dezembro, devido às promoções de verão.
(Gazeta Mercantil/Caderno A – Pág. 4)(Nanci Santana)