Mercado

Cosan oferece R$ 1,57 bilhão pela usina Vale do Rosário

Gustavo Porto

RIBEIRÃO PRETO

O Grupo Cosan apostou na divisão entre os mais de cem sócios da Companhia Açucareira Vale do Rosário para fazer uma oferta hostil e tentar adquirir o controle acionário da empresa. Segundo acionistas e fontes do setor sucroalcooleiro, o maior grupo produtor de açúcar e álcool do País fez uma oferta de US$ 750 milhões (R$ 1,57 bi) por 100% do capital da empresa.

Ao mesmo tempo, o Cosan conseguiu arregimentar 50,2% do capital da Vale, por meio de um contrato de opção de venda com pequenos acionistas, a maioria com 1% de participação. Caso esse contrato seja confirmado, o Cosan investiria pelo menos US$ 376 milhões na compra do controle da Vale do Rosário, que divide com o São Martinho, o posto de segundo maior processador de cana-de-açúcar do País. O Cosan, com 17 usinas, é o líder do setor.

O negócio só não será fechado caso os sócios responsáveis por 49,8% das ações da Vale do Rosário exerçam o direito de preferência de compra da parte restante, que foi negociada com o Cosan. Uma terceira e remota hipótese é a que a própria companhia adquira as participações acionárias dos sócios.

Um executivo de mercado que também é sócio da Vale do Rosário foi o elo de ligação entre o Cosan e esses pequenos acionistas. Isso provocou a ira de outros sócios da companhia, alguns deles contrários à venda da empresa, outros favoráveis à fusão com a Companhia Energética Santa Elisa.

Entre os descontentes estaria Luiz Lacerda Biagi, maior acionista da Vale do Rosário, com algo entre 11% e 16% do capital. Por telefone, ele informou que assinou acordo de confidencialidade que o impedia de falar qualquer coisa sobre o negócio.

As investidas do Cosan sobre a Vale do Rosário não são novas, mas aumentaram depois que os estudos para a fusão entre a Vale e a Santa Elisa vazaram para a imprensa, em novembro. ?

http://www1.estado.com.br/ep/render.asp?name_final=Estado_20070201_B-Economia_B02-Not%EDcias_016_03_documento&width=800&height=600