HOLLYWOOD, Flórida (Reuters) – Os Estados Unidos passaram pela primeira vez o Brasil na produção de etanol em 2005, tornando-se os maiores fabricantes mundiais do combustível, de acordo com a associação dos combustíveis renováveis dos EUA (RFA, na sigla em inglês).
Segundo a entidade, foram processados nos EUA em 2005 4,3 bilhões de galões (3,8 litros) do produto, contra 4,2 bilhões no Brasil.
As projeções da RFA para a produção dos EUA são de 5,1 bilhões de galões em 2006 e 6 bilhões em 2007, afirmou Larry Schafer, vice-presidente da associação, numa conferência sobre açúcar na Flórida que termina nesta quarta-feira.
E a produção norte-americana continuará superando a do Brasil, maior produtor de açúcar, com incremento de 1 bilhão de galões por ano até 2012, disse Schafer.
A produção brasileira de etanol não deve alcançar 6 bilhões de galões até 2009, segundo ele, que prevê uma produção para este ano de 4,8 bilhões de galões e de 5 bilhões para o ano que vem.
“O Brasil não tem nem cerca de 2 bilhões de galões (em capacidade de produção) sendo construídos”, disse Schafer.
“Os EUA têm 32 unidades sendo instaladas atualmente. A produção no Brasil continuará crescendo, mas não no mesmo ritmo que a dos EUA. Desde o discurso de Bush, os EUA têm tido indicações que chegam a 10 bilhões de dólares em investimentos porque os investidores querem construir novas usinas e o país precisa produzir mais 2 bilhões de galões de etanol.”
Schafer afirmou que não caracterizaria as estatísticas como um indicativo de competição entre os dois países.
“Não se trata realmente de uma corrida de um contra o outro”, disse ele, “mas como estamos usando muito petróleo, o etanol é uma boa opção no momento e custa menos que gasolina.”
Oportunidades para explorar o milho, que está subvalorizado, podem ser interessantes para os que querem investir na área, disse John Cropley, economista-sênior da consultoria LMC International.
Enquanto os preços do açúcar dobraram no mercado internacional durante os últimos cinco anos, os preços do milho ficaram estabilizados, oferecendo retornos maiores.
Mas Cropley afirmou que, como os preços das commodities são cíclicos, seria possível um aumento nos valores do milho se o consumo de etanol crescesse no futuro.