A despencada nos preços dos combustíveis e lubrificantes no atacado (de 1,16% para -2,57%) levou à deflação de 0,06% na segunda prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de dezembro. “O efeito dos preços dos combustíveis, que já estavam desacelerando, ficou mais forte”, disse o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros.
Segundo o economista, dois combustíveis estão comandando a deflação no setor de combustíveis: as quedas de preços em querosene para motores (-22,48%) e óleos combustíveis (-7,92%). O economista lembrou que esses dois produtos sofrem influência forte da flutuação dos preços do petróleo no mercado internacional – que atualmente estão em patamar bem menor do que o registrado no início do ano.
Quadros comentou que o cenário no setor de combustíveis contribuiu para a deflação nos preços dos produtos industriais no atacado (-0,39%). Ele lembrou que o comportamento dos produtos industriais tem grande peso na formação da inflação do atacado. O economista considerou que a forte deflação nos preços do atacado (-0,30%) foi o fator determinante para a queda na segunda prévia do IGP-M de dezembro – visto que o Índice de Preços por Atacado (IPA) representa 60% do total do IGP-M.
Além da queda nos preços dos produtos industriais, outro fator que contribuiu para derrubar os preços no atacado foi a deflação nos preços dos produtos agrícolas (-0,03%). Entre os destaques que contribuíram para a queda de preços no setor agrícola, no atacado, estão as deflações em aves (-5,90%) e leite in natura (-2,69%).