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Cosan segura vendas de olho em preços melhores

A expectativa de que os preços de açúcar e álcool se mantenham em elevado patamar e até subam mais nos próximos meses nos mercados externo e doméstico fez com que a Cosan – maior empresa do setor sucroalcooleiro do país – “segurasse” vendas em seu segundo trimestre fiscal para buscar melhores resultados na metade final de seu exercício, que começou em maio passado e terminará em abril de 2006.

De agosto a outubro, informou a companhia, foram comercializadas, por exemplo, 501,4 milhões de toneladas de açúcar, 25,8% menos que no mesmo intervalo de 2004. Ao mesmo tempo, de acordo com a Cosan, os estoques engordaram com o objetivo de “capturar melhores preços” durante a entressafra.

“A Cosan entrou em um patamar a partir do qual pode otimizar o patamar comercial”, afirmou Paulo Diniz, diretor financeiro e de relações com investidores da empresa. O executivo lembrou que o otimismo do grupo em relação aos preços de açúcar e álcool decorre das elevadas cotações internacionais do petróleo, da reforma do regime açucareiro da União Européia, dos baixos estoques mundiais de açúcar e da boa demanda por veículos bicombustível (movidos a gasolina ou álcool) no Brasil.

Com freio de mão puxado, a receita líquida da Cosan em seus segundo trimestre fiscal alcançou R$ 502,9 milhões, 6% menos que entre agosto e outubro de 2004. As exportações representaram 52% desta receita, e o mercado interno, os demais 48%. Na divisão da receita por produto, o açúcar respondeu por 55%, o álcool por 37% e outros serviços e produtos (como a co-geração de energia, que mereceu inclusive a criação de uma subsidiária) corresponderam a 8%. O resultado líquido foi negativo em R$ 16,3 milhões, levando-se em conta amortização de ágios, que cresceu com aquisições. No primeiro semestre fiscal, a receita cresceu 2,4%, para R$ 1,073 bilhão.

Diniz afirmou que a empresa prospecta novas aquisições, mas que não há nada fechado.