Mercado

Célula a combustível ganha centro de pesquisa

Até o fim de novembro o Brasil passará a contar com o primeiro centro de pesquisa e desenvolvimento tecnológico de célula a combustível, uma iniciativa que tem o objetivo de preparar o País para a exploração do mercado daquela que vem sendo considerada a energia do futuro.

Com apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, o Instituto Internacional de Ciência e Tecnologia – Célula a Combustível – terá sede em São Carlos (SP) e contará com recursos do CT-Energ, fundo de fomento à pesquisa de energia. O projeto é considerado imprescindível para que o Brasil possa desenvolver o know-how que ainda necessita na busca de autonomia nesse segmento.

Maria Isabel Caires, a coordenadora de pesquisas do novo instituto, dá um exemplo: durante o processo de formação da célula é preciso usar uma membrana que separa o hidrogênio do oxigênio. Hoje, apenas uma multinacional norte-americana, a Dupont, fornece esse separador. Além disso, será necessário desenvolver novos materiais para permitir uma produção em série no País, segundo Caires, também coordenadora de Pesquisa de Energia Renovável da Faculdade Santa Giulia, de Taquaritinga (SP). Hoje, o custo de produção de célula a combustível é estimado em cerca de US$ 2 mil/KW.

A conquista de conhecimento reforçaria ainda mais o potencial do País na disputa pelo mercado internacional de célula. Como maior produtor mundial de álcool combustível – de onde é retirado o hidrogênio -, o Brasil tem as melhores condições para se tornar um dos maiores exportadores desse tipo de energia. “Essa tecnologia só `não pegou’ ainda no mundo por causa da dificuldade de obter hidrogênio e, nesse aspecto, a riqueza é nossa”, explica Caires.

Alemanha, Estados Unidos e Itália já estão testando veículos movidos a células a combustível, segundo a pesquisadora. E cada vez mais países buscam alternativas aos chamados combustíveis fósseis – de derivados de petróleo – dentro de programas de proteção ao meio ambiente.

Caires diz que, além de não poluir, a célula a combustível pode garantir uma autonomia de cerca de 18 quilômetros por litro. O carro é abastecido com álcool e o motor a combustão, usado hoje nos veículos, é substituído pelo elétrico.

Banner Evento Mobile