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Portaria e visita abrem novas perspectivas para a biomassa da cana

A portaria 384 do Ministério das Minas e Energia – MME e a visita de técnicos e diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel a indústrias de base de Sertãozinho, SP, colocaram novamente, na semana passada, a cogeração de energia a partir do bagaço de cana na pauta do setor elétrico nacional. A garantia física (lastro) para a geração de energia por biomassa é o principal destaque da portaria, que explica como as usinas e destilarias devem agir para assegurar a oferta de energia e participar, assim, de futuros leilões. Na prática, amplia a possibilidade de participação do setor sucroalcooleiro no sistema elétrico nacional, o que era permitido somente por meio de programas específicos como o Proinfa. Essa portaria deverá ser acompanhada de novas medidas da Aneel, que incluirão a questão da complementariedade entre as fontes de energia. Com isto, o setor poderá vender energia também no mercado spot.

Para conhecer o potencial de geração de energia a partir da biomassa da cana, uma comitiva da Aneel – formada por técnicos, executivos e o diretor geral da Agência, Jerson Kelman – visitou, em Sertãozinho, a Dedini, fabricante de caldeiras , a TGM, fabricante de turbinas e a Usina Santa Adélia, de Jaboticabal. Segundo Kelman, existe espaço na matriz energética brasileira para o bagaço de cana. Ele afirmou, durante a visita, que o setor tem potencial para fornecer até 4,5 mil megawatts (mW) para o sistema no prazo de três anos.