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AMPLIAR EXPORTAÇÕES E MELHOR POSICIONAMENTO NO MERCADO INTERNO SÃO METAS DOS ASSOCIADOS DO PRÓ-AMENDOIM PARA A SWEET BRA

Além das perspectivas de manterem contato direto com um público que representa 80% das vendas no mercado interno, abrir novos mercados e ampliar as exportações são metas bastante definidas para as empresas associadas ao Programa de Auto Regulamentação e Expansão do Consumo de Amendoim – Pró-Amendoim, da Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados –ABICAB.

Sendo assim, as principais empresas do setor têm seu lugar marcado na Sweet Brazil, a maior feira do setor de confectionery na América Latina, que será realizada entre os próximos dias 8 a 11 de agosto em Curitiba, promovida pela ABICAB, com apoio da APEX Brasil e em conjunto com em conjunto com a 26ª Convenção Anual do Comércio Atacadista e Distribuidor – ABAD.

Agtal, Dori, Santa Clara, Santa Helena e Yoki são as empresas que apresentarão produtos derivados de amendoim na feira, todos eles certificados pelo Selo ABICAB de Qualidade, que identifica que o produto é seguro e passou por um rígido controle de qualidade, de acordo com normas internacionais. Nos dias 8, 9 e 10 de agosto vão participar de uma Rodada Internacional de Negócios de Chocolates, Balas e Amendoim, com cerca de 30 compradores internacionais do setor de confectionery. Estão previstos representantes dos seguintes países: Austrália, Inglaterra, Holanda, Nova Zelândia, República Tcheca, Eslovênia, Bulgária, Rússia, Uruguai, Argentina, Paraguai, Chile, Venezuela e Estados Unidos.

Como o mercado interno está suprido a idéia, agora, é exportar amendoim. Apesar de uma relativa baixa na produção agrícola em 2005 – 301,7 mil toneladas contra 365 mil toneladas em 2004 – o mercado vem crescendo. “O setor faturou R$ 1,6 bilhões no ano passado, 8,75% a mais que em 2004, quando o faturamento foi da ordem de R$ 1,4 bilhão”, informa Carlos Barion, coordenador do Pró-Amendoim e vice-presidente da área na ABICAB.

A produção industrial também cresceu e passou de 118 mil toneladas em 2004 para 127 mil em 2005, com um aumento de 8% no consumo de produtos acabados. “A previsão era de um aumento de 12%, mas consideramos estes 8% positivos num ano em que a economia foi fraca e o país cresceu somente 3,5%”, diz Barion.

Com relação às exportações, o setor também comemora um crescimento de 50%, mais do que o dobro dos 20% que haviam sido projetados. “Em 2004 foram exportadas 2 mil toneladas de amendoim industrializado contra cerca de 3 mil toneladas em 2005. Já o grão in natura saltou de 39 mil toneladas em 2004 para 59 mil toneladas em 2005. No primeiro semestre desse ano foram exportadas 31 mil toneladas de grão in natura sendo que no mesmo período do ano passado foram exportadas 22 mil toneladas”, finaliza o vice-presidente.

PRÓ-AMENDOIM TAMBÉM CRESCE

Em 2005 a ABICAB conquistou mais 11 associados para o setor de Amendoim e consolida um total de 50 neste setor, respondendo por 65% do mercado. Além disso, o Pró-Amendoim conta agora com um total de 14 empresas, que representam 45% do faturamento do setor.

O programa existe há cinco anos de forma a seguir as normas internacionais estabelecidas pela FAO-ONU, conta com apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa – e trabalho técnico da SGS do Brasil, empresa de consultoria e auditoria responsável pela coleta de amostras, análises das mesmas e auditorias de Boas Práticas de Fabricação – BPF – e Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle – APPCC. Além disso, o Pró-Amendoim trabalha em parceria com o Lamic – Laboratório de Micotoxinas da Universidade Federal de Santa Maria – RS, para maior controle e credibilidade dos resultados.

Lançado em 2002, o Selo Amendoim de Qualidade ABICAB foi um dos passos mais importantes para valorizar o Pró-Amendoim e garantir a continuidade e permanência do programa. As empresas que aderiram diferenciam-se pelo rígido controle de qualidade que leva ao produto seguro, facilmente identificado pelo consumidor através da informação visual nas embalagens (o Selo).

A concessão do Selo leva em conta a implantação e a continuidade dos rígidos parâmetros técnicos previamente estabelecidos. “Os produtos com Selo Amendoim de Qualidade ABICAB melhoraram muito o conceito do amendoim seguro junto aos consumidores e foram levados a outro patamar de confiança. Hoje o amendoim, um ícone da cultura gastronômica brasileira, também é reconhecido pelas autoridades sanitárias”, afirma o engenheiro de alimentos Masaharu Nagato, consultor técnico do Pró-Amendoim.

É importante ressaltar que é feita uma avaliação permanente no sistema de produção das empresas do Pró-Amendoim e, paralelamente, efetuado o monitoramento dos produtos de todas as marcas no mercado, através da coleta e análise em laboratórios reconhecidos oficialmente pelas autoridades sanitárias. “Temos que certificar que o consumidor está recebendo um produto seguro”, completa Carlos Barion.

ARRUMAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA

“Esta melhor arrumação da cadeia produtiva do amendoim fez com que todos os que dela participam tivessem retorno de seus investimentos. Mas também é claro que aquelas empresas que têm segurança comprovada, estampada através do Selo Amendoim de Qualidade ABICAB, têm conseguido um valor agregado muito maior ao seu produto”, afirma Carlos Barion. O consumo per capita também apresenta um crescimento, passando para 0,80 kg/ano, ou seja, 23 % a mais que 2.004″.

Ações planejadas como o monitoramento de mercado; um plano conjunto com a Secretaria Estadual da Saúde do Paraná para implantação da Resolução 172/03 nas indústrias paranaenses (principais em estatísticas de não conformidade com as normas de qualidade e segurança); seminários técnicos gratuitos; valorização dos valores nutricionais do amendoim e uma forte política de Marketing de Relacionamento consolidaram o crédito da ABICAB perante a cadeia produtiva do Amendoim. “Este valor fez com que mais e mais empresas participantes da cadeia produtiva tivessem interesse em participar institucionalmente de um negócio de faturamento promissor”, acredita Barion.

Além destas ações planejadas, outras atividades paralelas na opinião do coordenador do projeto, acabaram reforçando o conceito lançado pela ABICAB de “Amendoim, uma nova riqueza nacional”. “Uma delas é a colaboração com o Programa de Análise de Produtos do INMETRO, que completou 10 anos de atividades e é responsável pelo levantamento do quadro drástico que as indústrias brasileiras de amendoim tiveram até o ano 2.000 e sua evolução nos últimos cinco anos. Hoje 100% das amostras coletadas de produtos de amendoim estão em conformidade com a legislação, segundo o INMETRO, cujo mérito foi publicamente declarado em favor do programa Pró-amendoim da ABICAB”, diz Nagato.

Outro organismo público que vem contribuindo muito com o setor é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa -, que vem oferecendo técnicos para fazer palestras sobre a Resolução Anvisa RDC-172/03, a qual regulamenta as BPF (Boas Práticas de Fabricação) no setor. Além disso, há um grande interesse em promover pesquisas sobre as aflatoxinas, tema que foi inclusive recomendado às universidades para estudos pelo CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa).

Hoje 95% da oferta de amendoim ao consumidor é considerada apropriada para consumo. “Com os excelentes resultados já obtidos e as novas metas estabelecidas o Pró-Amendoim firma-se como um elemento de união e integração da cadeia produtiva como um todo. Com as exigências estabelecidas pelas indústrias e o poder público, todos os elos da cadeia produtiva estão se enquadrando nos padrões de qualidade que garantem a matéria-prima segura”, completa Carlos.