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Levedura seca Supracell, uma produção eficiente

Há anos a usina Alcoeste investiu na produção de levedura seca Supracell, que tornou-se conhecida no mercado nacional e internacional. Confira entrevista com Celso Spósito Reynaldo, diretor superintendente da Usina Alcoeste, sobre a história da fabricação da levedura e detalhes para uma produção eficiente.

ProCana – Como, quando e por que a produção de levedura seca começou?

Celso Spósito Reynaldo – A oportunidade ocorreu após mudança e adequações da planta industrial, com melhoria do sistema da fermentação alcoólica; fato que permitiria sangria da um volume expressivo de levedura sem prejuízo para a produção de álcool. Então iniciaram-se os estudos para instalação de uma fábrica, que processaria o excedente de levedura. Após a avaliação do valor de investimento, mercado do produto, tecnologias existentes, fabricantes, exportadores e o tempo de retorno sobre o investimento, entendeu-se ser o investimento viável e interessante, iniciando-se as obras civis em abril de 2002.

ProCana – Quanto será produzido de levedura seca em 2005?

Reynaldo – Em torno de 2,1 mil toneladas.

ProCana – Quanto foi produzido em 2004?

Reynaldo – 1,5 mil toneladas.

ProCana – A produção é toda voltada para exportação? Para quais países? Para que é utilizada?

Reynaldo – Sim, a levedura produzida pela Alcoeste é destinada exclusivamente para exportação. O principal mercado é o europeu (Alemanha), sendo o produto acondicionado em bags de 800kg. A levedura é dos componentes utilizados na fabricação de ração para animais de pequeno porte (pet shop) e para gado leiteiro. Para a Ásia (China, Taiwan, Vietnã) destina-se principalmente à fabricação de ração para suínos, peixes e camarão.

ProCana – Quais os cuidados para uma produção eficiente?

Reynaldo – Para estar apto a exportar, faz-se necessário a certificação de controle de qualidade do produto; isso é fundamental. Exige-se o controle absoluto do processo, através normatização das rotinas, de análises periódicas do produto acabado, inclusive da qualidade dos insumos utilizados.

ProCana – É um investimento compensador?

Reynaldo – Para esse tipo de investimento vc deve considerar que está agregando um novo produto ao seu portfólio, que representará uma pequena receita adicional ao faturamento da usina. Deve-se considerar também que esse é um produto atrelado à cotação do farelo de soja (teor de proteína) para definição do preço no mercado interno, que não é tão exigente quanto a cor e embalagem do produto. Já para o mercado externo as exigências são maiores, aumentando o seu custo de produção. Além disso o câmbio e a cotação internacional do produto definirão o preço de venda. Outro importante componente de custo é o frete marítimo, que tem aumentado progressivamente desde o ano passado.