Depois de um longo período de crise, seguido de recuperação nas últimas duas safras, o setor sucroenergético de Alagoas respira novos ares. Preços firmes nos mercados interno e externo e um aumento de 5% no volume de produção devem transformar o ciclo 2011/2012, iniciado em setembro deste ano, num dos melhores da história.
O Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar-AL) estima que as 24 usinas alagoanas esmaguem, até março de 2012, quando termina a safra atual, cerca de 29,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. O presidente do sindicato, Pedro Robério Nogueira, ainda sonha com um pouco mais.
“Podemos chegar a 30 milhões de toneladas se a variação climática for favorável. Será a maior produção já vista nos últimos anos em Alagoas”, destacou.
Na última safra, o crescimento foi de 10%. O aumento de volume no ciclo atual é atribuído a três fatores: comportamento favorável do clima, irrigação e novas variedades de cana. “Há três anos, nós produzimos 25 milhões de toneladas.
Queda de oferta de etanol é atípica
A queda na oferta de etanol nos postos de combustíveis – o que forçou o governo a importar 1,5 bilhão de litros do combustível dos Estados Unidos – é considerada atípica pelo presidente do Sindaçúcar-AL.
Ele acredita que o problema só será resolvido com novos investimentos no setor, e não com medidas regulatórias: “Não dá para aumentar a produção de cana-de-açúcar por decreto”, enfatizou.
Para equilibrar oferta e demanda, Pedro Robério Nogueira defende que o governo financie com linhas de crédito especial a recuperação de canaviais no Centro-Sul do País. “Nas últimas duas safras, a região perdeu 70 milhões de toneladas de cana em função de problemas climáticos. A próxima safra, já sabemos, não será maior que a atual no País. O crescimento só virá com uma política de incentivos”, argumentou.