Mercado

Emprego obtém pior resultado em setembro

A indústria de transformação do estado de São Paulo fechou 6 mil postos de trabalho em setembro. O nível de emprego caiu 0,62% em relação a agosto, considerado o efeito sazonal, ou 0,23% sem este ajuste. Trata-se do pior resultado para o mês desde 2006, quando teve início a série histórica produzida pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). De acordo com o assessor de assuntos estratégicos da presidência da entidade, André Rebelo, o resultado é atípico. “O mês de setembro é, normalmente, de crescimento no emprego”, explica.

Apesar da tendência de queda ter se iniciado em maio, no acumulado de janeiro a setembro o índice ainda é positivo em 3,87%, tendo sido criadas 100 mil vagas. A expectativa da Fiesp, no entanto, é que até o fim do ano a taxa seja neutralizada, ficando em torno de zero ou 0,5%.

Um fator de destaque para o recuo do emprego em setembro foi o término antecipado da safra de cana-de-açúcar, o que levou à dispensa de mão de obra no setor sucroalcooleiro, totalizando 2.028 postos de trabalhos perdidos, um recuo de 0,8%.

Das 22 atividades analisadas, 11 tiveram comportamento negativo. O setor com pior desempenho foi o alimentício, com queda de 1,1%, representando 4.574 empregos a menos, sendo seguido pelo de equipamentos de informática e produtos eletrônicos e ópticos, com queda de 0,9% ou 708 vagas. Na outra ponta, tiveram alta a produção de madeira (1,2%), bebidas (1,1%) e móveis (0,8%), somando 1.153 novos postos.

Segundo o economista, o recuo já era previsto, por conta de ajustes na taxa de juros, da diminuição da demanda e da entrada de importados no país. “A gente já estava esperando isso antes desse episódio mais agudo da crise na Europa”, afirma.