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Capacitação em alta

As usinas de Pernambuco estão investindo alto em capacitação para tentar reduzir a rotatividade da mão de obra no setor e reter profissionais diante da concorrência com a construção civil. Cerca de 430 profissionais já foram qualificados neste ano em parceria com entidades do Sistema S – 300 pelo Senar e 130 pelo Sest/Senat. No próximo mês, começam a ser treinados 1.794 trabalhadores pelo Plano Setorial de Qualificação (PlanSeQ sucroalcooleiro).

A atividade sucroalcooleira emprega hoje aproximadamente 100 mil pessoas no estado e cerca de 60% são contratados pelas usinas. Das 1.794 capacitações previstas no PlanSeQ sucroalcooleiro, 695 são destinadas à área agrícola e, 1.099, para a área industrial, abrangendo 15 municípios da Mata Norte e Sul do estado. Na área agrícola, os cursos são para operador de sistema de irrigação e gestão ambiental de resíduos químicos e biológicos e motorista canavieiro. Já na área industrial há qualificações nas áreas de eletricista e mecânico de manutenção, instrumentista, educação ambiental, metrologia, mecânica de refrigeração, segurança industrial e mecânica veicular.

Além do investimento em capacitação, essas indústrias também têm buscado garantir os direitos estabelecidos pela Norma Regulamentadora 31, que dispõe sobre segurança e saúde para trabalhadores na agricultura e outros segmentos. Entre eles, instalações sanitárias nas frentes de trabalho, alojamentos com local para refeição e fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs).

“Temos uma política de investir em mão de obra. Hoje a qualidade do emprego agrícola pode ser equiparada à qualidade do urbano, até porque há uma concorrência sempre que existem grandes obras em curso no estado”, diz o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e Álcool (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha. Segundo ele, inclusive, é cada vez menor o número de trabalhadores com contrato temporário. “De 55% a 60% são de vínculo não safrista”, garante.

No último sábado, dia 17, o Diario publicou matéria sobre a migração de trabalhadores da cana para a construção civil em busca de salários maiores, melhores condições de trabalho e contratos mais longos. A categoria está em plena campanha salarial, cuja data-base é 1º de outubro. O contrato safrista é um dos pontos em discussão, juntamente com questões sobre a saúde e a alimentação do trabalhador. O Sindaçúcar-PE estima que a safra 2011/2012 vai movimentar 17,88 milhões de toneladas de cana.