A Louis Dreyfus Commodities (LDC) Bioenergia, braço sucroalcooleiro da multinacional francesa no País, iniciou o processo para a saída da sociedade com a BP Biofuel na Companhia Nacional de Açúcar e Álcool (CNAA). A LDC Bioenergia tem 17% no negócio, que inclui duas usinas de açúcar e etanol em operação, em Itumbiara (GO) e em Ituiutaba (MG) e uma terceira usina em construção, em Campina Verde (MG). A BP adquiriu em março, por US$ 680 milhões, os 83% de capital majoritário na companhia junto a fundos de investimentos.
O primeiro passo oficial para o fim da parceria deve ser dado na próxima terçafeira, às 8h30, em Assembleia Geral Extraordinária convocada pela CNAA. O confuso texto da convocação da assembleia não deixa claro se a negociação da LDC Bioenergia é com a BP, ou se a reunião abriria caminho para a francesa vender sua fatia para outra companhia.
O documento informa apenas que a assembleia autorizará diretores da companhia a celebrar “o contrato de compra e venda de ações e outras avenças, relativo à aquisição pela BP, ou por uma de suas afiliadas, da totalidade das ações de emissão da Companhia e de titularidade da LDC Bioenergia”.
SILÊNCIO. Procuradas, BP e LDC Bioenergia mantiveram o silêncio. A BP, braço em combustíveis renováveis da petroleira, informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que não iria se manifestar sobre o assunto.
Já LDC Bioenergia informou que não foi localizado um porta-voz para comentar o possível negócio.
Fontes do setor e ligadas às companhias consideram a saída da LDC Bioenergia como normal e parte da estratégia da empresa em se desfazer de ativos nos quais não é majoritária para fazer caixa e amortizar parte da dívida adquirida na operação de compra da Santelisa Vale, em 2009.
“A LDC ainda não conseguiu ter giro suficiente para pagar a dívida e decidiu vender operações periféricas como essa para fazer caixa e não precisar buscar dinheiro no mercado financeiro”, afirmou uma fonte.