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Excedente de arroz é suficiente para produção de etanol demandado pelo RS, diz consultor

Entidades ligadas ao setor arrozeiro buscam alternativas para amenizar os prejuízos causados ao produtor em virtude do baixo preço pago pelo grão e garantir melhores rendas nos próximos anos. A proposta é transformar o arroz excedente no Rio Grande do Sul em etanol.

A Agência de Desenvolvimento de São Borja (ADSB) está elaborando um projeto que estuda a viabilidade da implantação de biorefinarias de etanol de arroz no Estado e que deve destinar de um a dois milhões de toneladas de arroz para a produção de 450 milhões a 900 milhões de litros de etanol ao ano. Os recursos para a execução desse projeto, que tem o apoio de produtores, indústrias de beneficiamento e empresas identificadas com o setor, estão na ordem de R$ 300 mil.

De acordo com Roberto Hukai, presidente da Technoplan, empresa que atua na área de consultoria e está desenvolvendo os estudos, os 2,5 milhões de toneladas de arroz excedentes no Rio Grande do Sul serão suficientes para produzir mais de 1 bilhão de litros de etanol. A quantidade é equivalente ao consumo do combustível no Estado por ano.

– Como existe a previsão de um excedente de 8 milhões de toneladas até 2020, poderemos produzir mais de 3,5 bilhões de litros. Portanto, ao invés de o Estado importar 90% do etanol, poderá exportar dois terços da produção – afirma Hukai.

Uma das vantagens do projeto está relacionada aos custos de uma usina de etanol de arroz comparada a de cana-de-açúcar. O capital implementado no uso do cereal como matéria-prima é cerca de 40% menor do que o custo do procedente de cana, que chega a aproximadamente US$ 800 por metro cúbico.

Hukai diz que, no entanto, não prometo produzir etanol de arroz pela metade do preço

– O custo de capital em termos de investimento é que é bem menor. Temos de mostrar (aos banqueiros) que esse é um bom negócio. O objetivo é colocar o estudo num modelo para que a comunidade financeira veja isso como uma ótima oportunidade. É uma nova vertente de negócios que pode se tornar uma indústria muito importante para o Estado e o Brasil.

A consolidação do projeto, com a construção de uma usina, deve ocorrer em pelo menos três anos.