O aumento do etanol no começo do ano foi explicado com a entressafra, e havia promessa dos preços baixarem quando a época da colheita chegasse. Isto não ocorreu e o governo federal estuda medidas para garantir resultados em curto e médio prazos.
A principal ação será diminuir a quantidade de álcool anidro misturado na gasolina dos atuais 25% para 20% ou 18%. A decisão deve ser oficializada ainda neste mês, com a implementação em agosto.
A medida é considerada válida por Weber Amaral, do curso de Negócios em Petróleo, Gás e Biocombustíveis da USP. Mas ele diz que teria impacto distinto, além de dificuldades e limites de implantação. A mudança na quantidade de álcool acrescentado à gasolina serviria apenas para garantir certo equilíbrio no preço do etanol durante a entressafra, que começa em dezembro. Mas ele ressalta que isso significa apenas que não haverá disparada nos preços, mas não que o valor do litro do combustível será mantido.
Para Sérgio Prado, representante da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o problema é mais profundo do que a relação safra/consumo. Ele concorda que a preço segue estável porque a oferta é restrita e o consumo está em alta, mas nega que exista preferência pela produção de açúcar em detrimento do etanol.
Sérgio Prado ressalta as dificuldades climáticas enfrentadas na safra 2010-2011. Ele declara que, no ano passado, houve seca na época em que as plantações estavam brotando e a quantidade e qualidade da colheita foram afetadas.