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EPE prevê R$ 1 tri em investimentos

O Brasil receberá investimentos de R$ 1 trilhão para projetos nas áreas de energia elétrica, petróleo, gás e biocombustíveis até 2020, conforme projeção apresentada pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, aos integrantes do Conselho Temático de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em reunião ontem.

Do total de investimentos, a maior parcela será destinada ao setor de petróleo e gás, com R$ 686 bilhões nos próximos dez anos.

Segundo Tolmasquim, a oferta brasileira de petróleo saltará de 2 milhões de barris anuais para 6 milhões em 2020, dos quais 3,2 milhões de barris serão para a exportação.

“O Brasil vai ser o primeiro exportador de petróleo a ter matriz limpa no mundo”, disse Tolmasquim, considerando também fortes investimentos na área de etanol e energia elétrica com fontes renováveis.

As projeções da EPE preveem aplicação de R$ 90 bilhões em usinas de etanol nos próximos dez anos, o suficiente para atender à frota de veículos leves com motor bicombustível.

A produção de etanol, que atualmente oscila entre 25 bilhões e 28 bilhões de litros por ano, chegará 73 bilhões de litros em 2020. Tolmasquim destacou que hoje a frota tem quase 29 milhões de carros, dos quais 49% já são bicombustíveis.

Para 2020, a estimativa é que a frota chegue a 50 milhões de veículos, desses 78% com esse tipo de motor.

ENERGIA ELÉTRICA. Na área de energia elétrica, Tolmasquim também projetou cenário positivo.

Segundo o executivo, nos próximos dez anos, haverá expansão de mais de 61 mil megawatts na oferta. “Grande parte já está contratada”, informou o presidente da EPE, referindo-se a parcela superior a pouco mais de 42 mil megawatts.

Na conta de projetos já contratados, inclui a energia que será ofertada pelas usinas de Jirau e Santo Antônio (RO) e Belo Monte (PA). “Isso traz grande tranquilidade”, destacou. As projeções consideram o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5%, em média, nos próximos dez anos.

No setor de transmissão de energia, o executivo explicou que está sendo considerada a construção de 42.553 quilômetros de linhas, ou seja, expansão de cerca de 43% em comparação ao total de 99.649 quilômetros de linhas existentes.

“No Brasil, o parque de transmissão é muito robusto”, afirmou. Tolmasquim disse acreditar ainda que dentro de pouco tempo serão solucionados entraves envolvendo licenciamentos ambientais, o que facilitará investimentos no setor.

Apesar da expansão da geração de energia elétrica, as fontes renováveis continuarão respondendo por 83% do total em 2020, ou seja, o mesmo percentual de hoje. As hidrelétricas, que hoje respondem por 75%, cairão para 67%. Fontes alternativas como energia eólica, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e bioeletricidade com bagaço de cana, hoje em patamar de 8%, subirão para 16%. A energia nuclear continuará em 2% em 2020 e a térmica, em 15%, conforme estimativas da EPE.