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Projeto para nova indústria é raridade

Na linha de frente como empresa fornecedora do setor sucroalcooleiro, a Dedini Indústria de Base, a maior produtora de equipamentos para usinas do país, não vê, pelo menos nos próximos seis meses, a retomada de projetos novos. Segundo José Luiz Olivério, vice-presidente de operações da Dedini, aumentaram as consultas e os pedidos de orçamentos por parte de interessados. “Mas ainda não há nada concreto à vista”, acrescenta.

No Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), as perspectivas também são fracas. Há “quase” duas cartas consultas protocoladas no banco para construção de usinas novas de açúcar e etanol cada uma com 3 milhões de toneladas de capacidade na instituição. Uma entrou há dois meses e outra será protocolada nesta semana, afirma o chefe do Departamento de Biocombustíveis, Carlos Eduardo Cavalcanti.

O fato é que não há neste momento nenhuma perspectiva concreta de retomada da demanda por novos investimentos neste setor, avalia o executivo. Na categoria “perspectiva”, o banco também tem três outros projetos de usinas que podem ou não evoluir para carta consulta.

Artur Milanez, gerente setorial do mesmo departamento no BNDES, acredita que a abertura do mercado americano ao etanol brasileiro pode mudar os patamares de rentabilidade do setor e voltar a estimular investimentos. “No Brasil, o preço do etanol tem seu limite no preço da gasolina. Nos EUA, não”, lembra. Outro ponto é que até então as empresas vinham investindo em aquisições. “Mas, as oportunidades estão acabando e construir vai voltar a ficar interessante”, diz Milanez. (FB)