O consumo de etanol combustível está registrando queda, o que deve postergar qualquer alteração na mistura de anidro na gasolina no curto prazo. A afirmação é do vicepresidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alísio Vaz, que participou nessa quinta-feira de reunião com outros representantes da cadeia do etanol e do governo, no Ministério de Minas e Energia, em Brasília.
Segundo ele, os números mostrados pelo setor privado indicam que a demanda pelo etanol combustível está menor que o esperado, o que deve compensar a quebra de safra de cana-de-açúcar que está sendo registrada. “A queda no consumo mostra-se em linha com o necessário para garantir o abastecimento”, d isse Vaz, salientando que a recomendação do setor privado para o governo é de que, por enquanto, não há necessidade de reduzir a mistura do anidro na gasolina, atualmente em 25%.
Uma nova reunião dos representantes da cadeia privada do etanol com técnicos do governo deve acontecer em 15 dias, quando o comportamento do mercado será novamente avaliado. A recomendação do comitê não sinaliza que a mistura será mantida ou alterada – essa decisão cabe ao governo.
No mês de junho, o consumo de etanol foi 15,5% inferior ao registrado em igual período de 2010, de acordo com dados do Sindicom. Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do etanol hidratado nos postos do Estado de São Paulo no fim de junho era de R$ 1,798 por litro, 42,4% acima de R$ 1,262 por litro verificado em igual período da safra passada. Mesmo com a alta, o hidratado permanece competitivo na região. No mesmo período, o preço da gasolina subiu 12,27%, de R$ 2,395 para R$ 2,69 por litro.