Dos 81 projetos de cogeração de energia elétrica a partir de biomassa registrados ontem na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), cerca de 60% estão apresentando algum tipo de restrição ou problema para entrar em operação, de acordo com relatório elaborado pela agência.
Segundo o documento, de um total de 3.855,60 Megawatt previstos para serem gerados a partir de biomassa por estes projetos, entre 2011 e 2016, apenas 1.548,2 MW estão dentro do cronograma e sem impedimentos para iniciar as operações.
Para este ano, a expectativa era de entrada em operação de 1.428,70 MW, mas apenas 1.024,50 estão dentro do cronograma, o que inclui a assinatura de contrato de concessão, obtenção de licença ambiental e obras civis iniciadas e não interrompidas.
Do total previsto inicialmente de 3.855,60 MW entre 2011 e 2016, um volume de 882,10 MW de energia, ou 22,9% do total, nem tem dat a exata para começar a ser gerada.
Considerando apenas os projetos que estão dentro do cronograma, em 2011 devem entrar em operação 1.024,20 MW, 459 MW em 2012, 40 MW em 2013 e 25 MW em 2014.
O consultor de bioeletricidade da União da Indústria de cana-de-açúcar (Unica) Zilmar de Souza diz que estes dados refletem a falta de políticas que incentivem novos investimentos.
Segundo ele, os projetos registrados até 2016 foram estruturados antes da crise.
“Deste então, não houveram projetos novos, por isso a oferta de capacidade nova termina em 2014”, disse.
Souza acredita que os projetos atrasados reflitam ainda os efeitos da crise internacional que obrigou as empresas a adiarem unvestimentos. Outros estão atrasados e ainda não começaram a operar por dificuldades de conexão com a rede.