As reduções médias de 13% dos preços do álcool e de 6% da gasolina anunciada na semana passada pela Petrobras Distribuidora (BR) foram fruto direto do comportamento dos preços do álcool anidro com a chegada da safra de 2011 e não tiveram ligação com uma determinação do governo para que houvesse uma queda dos valores cobrados pelos combustíveis vendidos pela companhia.
Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o governo determinou que a BR Distribuidora reduzisse em cerca de 10% os valores cobrados da gasolina. Hoje, o presidente da BR Distribuidora, José Lima de Andrade Neto, afirmou que a queda anunciada pela companhia foi consequência do comportamento da oferta do etanol.
“O que aconteceu foi que o preço subiu [no começo do ano] por causa do álcool anidro e o preço [na semana passada] caiu por causa do álcool anidro. A decisã o foi porque subiu de um lado o álcool, o preço [cobrado pela BR] subiu. Desceu o álcool, o preço [cobrado pela BR] desceu”, frisou Andrade Neto.
O presidente da subsidiária da Petrobras ressaltou, depois de participar do 23º Fórum Nacional, que uma semana antes de a companhia anunciar as quedas nos preços dos combustíveis vendidos aos postos, o litro do álcool anidro já estava sendo vendido a R$ 1,60 por algumas usinas, depois de atingir o pico de quase R$ 3 no auge da entressafra.
O executivo lembrou que, atualmente, o litro do anidro já é encontrado a R$ 1,25 e não descartou que a BR Distribuidora anuncie novas reduções de preços na medida em que a entrada da safra provocar novas quedas nos valores cobrados pelas usinas produtoras de etanol.
A variação dos preços do álcool tem impacto direto não apenas nos valores cobrados pelo álcool hidratado nas bombas, mas também nos preços da gasolina C, já que 25% do combustível vendidos nos postos são de álcool anidro.
“Como tendência, a expectativa é de que os preços do álcool continuem caindo [nas usinas] e, assim, que houver momento em que a gente julgue adequado fazer uma nova redução, provavelmente faremos. Provavelmente vão acontecer novas quedas porque a tendência é que, com a entrada da safra, os preços do etanol [nas usinas] continuem caindo”, lembrou Andrade Neto.
O presidente da BR destacou que, no auge da elevação dos preços do álcool, no final de abril, as vendas de gasolina chegaram a representar 93% do total das vendas dos dois combustíveis, com apenas 7% de participação para o álcool.
Agora, segundo ele, esse patamar já voltou a ficar abaixo dos 90%. Andrade Neto informou ainda que no primeiro trimestre o consumo de combustíveis no mercado brasileiro saltou 5,6% na comparação com igual período do ano anterior.