A Comissão Especial de Inquérito (CEI) dos Combustíveis, presidida pelo vereador Djalma Araújo (PT), ouviu na tarde de ontem o representante da Distribuidora Zema, Hélio Henrique da Costa. Ele foi enfático ao afirmar que as distribuidoras não são as culpadas pelo aumento dos preços dos combustíveis em Goiás e responsabilizou as usinas pela elevação.
Costa disse que a Zema vende o litro de gasolina a R$ 2,53 para postos e o litro do etanol a R$ 1,54. Ele afirmou também que sua distribuidora não participa de alinhamento de preços e nega prática de cartel. Argumenta que os preços praticados pelas distribuidoras no Brasil são parecidos, já que a maioria compra ga-solina da Petrobras e, no caso do etanol, as distribuidoras compram álcool com base no índice da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Instituto de Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP).
A Distribuidora Zema informou que já pagou R$ 2,70 pelo litro do álcool anidro – que é adicionado em 25% à gasolina – em outros Estados, e que em Goiás o valor chegou a R$ 2,90. Sobre o aumento constatado na véspera do feriado da Semana Santa, fato que deixou os consumidores revoltados, Costa esclarece que este ano, ao contrário dos outros, o preço do etanol não caiu em abril, o começo da safra da cana, como era o esperado, mas subiu muito. Em função desse aumento, Costa diz que as distribuidoras tiveram de repassar o que foi cobrado pelas usinas aos postos no feriado. “De janeiro de 2009 até agora, o representante da Distribuidora Zema diz que álcool anidro teve um aumento de até 300% nas usinas”, afirmou.
O depoente informou que compra álcool das usinas Centro Álcool (Inhumas), Santa Helena (Santa Helena), Goiasa (Goiatuba) e Vale do Verdão (Rio Verde). Todas serão convocadas para prestar depoimento na CEI. O que também chamou a atenção no depoimento de Hélio da Costa foi uma projeção que fez para o mesmo p eríodo do ano que vem. “Baseado no valor do aumento do álcool anidro este ano, o preço do litro da gasolina pode chegar a R$ 5 em 2012.
Segundo o vereador Djalma Araújo, as distribuidoras Rio Branco, UBP e Shell, que também seriam ouvidas sobre as denúncias de prática de cartel e de preços abusivos na venda dos produtosm foram convocadas, mas duas delas, a Shell e a UBP não se manifestaram e serão intimadas judicialmente. “Estamos colhendo o máximo de informações possíveis. Agora vamos ouvir as usinas, para logo dar um parecer final sobre o que realmente vem acontecendo”, afirma Djalma. A reportagem tentou contato com o Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool e Açúcar para comentar as acusações, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.