A enchente deixou submersa a cana-de-açúcar plantada pelas usinas nas áreas de várzea – locais baixos entre os morros. “As áreas de várzea correspondem a 15% do total de terras de algumas empresas”, explicou o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar), Renato Cunha.
As terras que estão com a cana-de-açúcar submersa se concentram nos municípios de Barreiros, Sirinhaém, Rio Formoso e Ipojuca. As áreas de várzea representam uma parte pequena no total de terras cultivadas com a planta no Estado, mas só vão secar depois que a maré baixar. Ontem, ocorreram dois picos de maré alta.
“Ainda não temos uma avaliação dos prejuízos. Mas houve algum porque a cana que está submersa é um ativo que foi perdido”, alegou Cunha. Dependendo do tempo de alagamento, a cana submersa morre.
As áreas submersas são apenas um pequeno problema diante de outros provocados pela inundação na Zona da Mata. “Está havendo queda de barreiras nas estradas vicinais. O cascalho – usado para compactar as estradas de barro – foi arrastado pelas chuvas”, disse Cunha. Isso significa que as estradas vicinais estão intransitáveis.
Os problemas nas estradas atingem os municípios que estão com as várzeas inundadas e mais Primavera, Cortês, Ribeirão, Xexéu e Palmares. Isso dificulta o transporte dos trabalhadores que moram nas áreas rurais e também o dos estudantes. No ano passado, teve cana que não conseguiu ser retirada em tempo hábil para a colheita devido aos estragos causados nas estradas vicinais.
O excesso de chuva causa a diminuição da quantidade de açúcar na cana. No entanto, a safra começa em setembro para a maioria das empresas. “O ideal seria que essa chuva fosse alternada com períodos de sol para haver uma melhor produtividade da planta”, argumentou.