A medida do Governo Federal, que estuda reduzir a mistura do etanol anidro à gasolina, no intuito de frear a alta dos preços do combustível de petróleo, está sendo vista como tardia por representantes do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Rio Grande do Norte (Sindipostos/RN). Um deles é Hermando Amorim. Ele observou que a disparada do álcool, causada pela escassez da produção, não deve ter uma repercussão direta no preço este ano, sobretudo porque a entressafra da produção da cana já está em fase final. A escassez na colheita do produto na parte sul do país se dá entre janeiro e abril. No lado norte, entre fevereiro e maio. “Isto quer dizer que aqui nós teríamos pelo menos um mês de efetividade dessa medida, caso ela passe a vigorar agora”, disse Hermando. Ele assinalou, porém, que caso seja efetivada a medida do governo deverá repercutir para os próximos anos.
A redução, dos atuais 25% para at é 18% do etanol na gasolina foi sinalizada na última quinta-feira com a edição de uma Medida Provisória (MP) que reduziu em dois pontos porcentuais o piso de mistura, anteriormente em 20%. O Ministério da Agricultura, responsável pela MP, não soube precisar uma data para a redução, mas fontes do mercado avaliam que a decisão, se tomada, deve ocorrer até a próxima semana. Para isso, basta uma reunião do Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima), que normalmente é realizada por telefone e sob um consenso dos ministros integrantes do órgão.
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, demonstrou a irritação do governo com o setor sucroalcooleiro já que, segundo ele, houve um aumento forte do etanol anidro, que impactou a gasolina, justamente durante as negociações sobre abastecimento e preços do combustível. Ele elogiou a MP 532, a qual determina que o etanol produzido da biomassa passe a ser um produto energético, n ão mais agrícola, com regulação e fiscalização na Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e reafirmou o descontentamento do governo com os usineiros.
A reportagem percorreu seis postos da avenida Prudente de Morais e constatou um preço homogêneo da gasolina comum, de eles o valor da gasolina comum, de R$ 2,85, e do etanol, de R$ 2,45.