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Avicultura dos EUA insiste no fim dos subsídios ao etanol

Participando, na semana passada, em Washington, de audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura do Congresso Nacional, a indústria norte-americana de carnes avícolas – representada no encontro por representantes do Conselho Nacional do Frango e da Federação Nacional dos Produtores de Perus (respectivamente, NCC e NTF nas siglas em inglês) – se queixou de que os esforços governamentais em prol da maior produção de etanol está ameaçando a sobrevivência do setor, pois torna proibitivos os preços do milho, matéria-prima básica das rações avícolas. E insistiu em que se reduzam os subsídios concedidos à produção do etanol.

“Nos últimos anos, nosso problema nº 1 tem sido o caos financeiro criado pelos estímu los ao etanol”, declarou Michael Welch, presidente da Harrison Poultry, representando a NCC. Em seu depoimento, Welch, após ressaltar que o milho representa 55% dos custos de produção de um frango, apontou que desde 2007, quando o Congresso norte-americano baixou lei determinando a adição de etanol à gasolina, o preço do milho saltou de US$2 por bushel (2006) para mais de US$5,70 (atualmente).

Por sua vez, falando em nome da NTF, o presidente da West Liberty Foods, Paul Hill, assinalou que “o etanol já está dividindo, até, a América rural”. E dá seu próprio exemplo: “Como agricultor, estou satisfeito com os preços do milho; mas como criador [de perus], esses preços estão levando meu negócio à bancarrota”.

Durante seu depoimento, Welch e Hill também pediram a aprovação, pelo Congresso, de três acordos de comércio pendentes na Casa – com a Colômbia, a Coreia do Sul e o Panamá. Welch afirmou que, através desses acordos, a exportação de carne de frango para esses países po de triplicar, passando dos atuais US$74 milhões para algo em torno dos US$225 milhões: “há uma demanda muito grande pela carne escura na América do Sul e na Ásia, enquanto nossos consumidores preferem a carne branca”, explicaram.