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Três perguntas para Alísio Vaz,vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lu

Após a disparada do preço do etanol, que só agora está voltando ao normal, a gasolina subiu em todo o país. E isso sem a Petrobras elevar o preço nas refinarias, embora haja uma ameaça em razão da alta do

barril de petróleo. O que aconteceu? Não era para ela ficar mais barata, já que tem 25% de álcool na composição?

Tem 25% de álcool anidro. É bastante diferente do álcool hidratado, usado no etanol. O álcool anidro continua subindo de preço, já subiu 72% no acumulado do ano. O álcool hidratado aumentou menos, 47%. Felizmente, o anidro está chegando perto do pico de preço e não deve subir mais. Se a gasolina vai aumentar na refinaria, isso tem a ver com a Petrobras. A informação que a gente tem é que, a curto prazo, não vai ter aumento.

Nesse caso, o aumento da gasolina está ligado ao etanol? O que o senhor acha do percentual obrigatório de álcool na composição da gasolina? Em um cenário como atual, isso está func ionando como deveria?

O aumento não está só atrelado ao álcool. Temos que ver a questão da demanda por gasolina, que está muito aquecida. Se o percentual funciona? Ele é previsto por lei. Tem vantagens a maior parte do ano. Além disso, há o fator ambiental, de estímulo ao consumo do álcool, que é um combustível mais limpo.

Mas a população reclama muito que, em lugar da competitividade esperada, os dois combustíveis estão caros. O que dá para fazer para mudar isso?

O governo está estudando medidas, nós temos participado. Não é simples. Como eu disse, a demanda está muito aquecida com a renda maior. E o investimento na produção da cana-de-açúcar e da gasolina não acompanhou. A solução passa, de cara, por investimentos em aumento da produtividade. Medidas como a criação de estoques, para evitar oscilações bruscas, são válidas.