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Sucesso do etanol não alivia preço nas bombas

O Brasil não é o maior produtor de etanol do mundo. Enquanto nossa produção atinge 28 bilhões de litros anualmente, os americanos, depois de 30 anos de grandes investimentos na área, devem produzir este ano 49 bilhões de litros. Ou seja, quase o dobro do nosso.

No Brasil, extraímos o etanol da cana-de-açúcar; e na terra do Tio Sam, do milho. Aqui na terra tupiniquim o cultivo da cana utiliza apenas 1,5% das terras aráveis. E pode dobrar até triplicar sua produção de etanol, sem provocar devastação das nossas matas. Mesmo porque a pecuária pelas novas técnicas de engorda tem reduzido significativamente as áreas antes ocupadas para pastagem.

Hoje, o etanol brasileiro é reconhecido pela Agência de Proteção ao Meio Ambiente dos EUA como “biocombustível avançado”, porque, produzido da cana-de-açúcar, reduz entre 61% e 91% a emissão de gases de efeito estufa. Ou seja, mais saúde para o brasileiro. Além deste importante beneficio ambiental, a Petrobras, por adicionar à gasolina 25% de etanol, há décadas tem ajudado o Tesouro nacional a não desequilibrar ainda mais suas contas externas, porque supriu, com este biocombustivel extraído da cana, a necessidade de importar petróleo, mesmo porque até há pouco tempo (2007) não éramos autossuficientes na extração de petróleo.

Outra grande vantagem desta tecnologia, genuinamente brasileira, de extrair o etanol através da cana-de-açúcar, é do nível de emprego criado no país, hoje na casa de 1 milhão de trabalhadores, além de grandes investimentos no setor, inclusive de parceiros internacionais. Lógico que existe uma discussão estéril entre ambientalistas com relação a esta cultura da cana que avança por todo o país. Hoje, está comprovado que com as novas técnicas utilizadas para cultivo, e isso graças à nossa competente Embrapa, não só a produtividade vem crescendo por hectare, como o solo devido a esta cultura não vem sendo prejudicado. A não ser pelas tais queimadas que têm seus dias contados para acabar.

Mas, consciente dos muitos benefícios, desde o econômico e social derivado do etanol que tem produzido até aqui, e citados acima, um deles que é o consumidor nem sempre sente no seu bolso o alívio ao abastecer seu veículo com este biocombustivel. Aliás, infelizmente esta é a prática de nossos governantes, que nem sempre transferem os benefícios da produtividade para os consumidores. Preferem aumentar os impostos, numa agenda burra, que prejudica a sustentabilidade do crescimento da nossa economia.

Vejam o caso da gasolina. Há quase quatro anos somos autossuficientes na extração de petróleo, e os preços nas bombas são os mais caros do mundo. E agora, com o sistema de partilha, provavelmente vai piorar, porque antes (era FHC) era o investidor que assumia contrato de risco para exploração em águas profundas, e hoje (era Lula) é o próprio governo que com traquinagens contábeis capitaliza a Petrobras. E, no caso do etanol, hoje, não só por problemas de sazonalidade da safra da cana mas pelo crescimento da exportação do produto, já não existe mais vantagem para abastecer com o álcool. Uma verdadeira traição contra a confiança do consumidor que adquiriu veículo adaptado para o etanol acreditando nas promessas do governo, e leva uma rasteira federal…

Está para chegar o dia em que conduziremos ao topo do poder um governante capaz de cumprir, literalmente, a máxima que o Brasil é um país de futuro…