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R$ 3,6 milhões para pesquisa sobre biodiesel

A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), da região de Ribeirão Preto, assina hoje convênio de cooperação tecnológica para desenvolver pesquisas sobre biocombustíveis.

A parceria de 30 meses (dois anos e meio) é com a empresa Algae Biotecnologia/ Biolatina, do Grupo Ecogeo.

O projeto prevê as construções de um laboratório ainda este ano e uma planta no campus de Araras. Está orçado em R$ 3,6 milhões, sendo 90% financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social/ Fundo Tecnológico (BNDES Funtec).

“É uma das pesquisas mais interessantes para o Brasil”, diz o diretor-executivo da Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico da UFSCar (FAI/Ufscar), Paulo Ignácio Fonseca de Almeida.

O professor do Departamento de Tecnologia Agroindustrial da UFSCar, campus de Araras, Reinaldo Gaspar Bastos, diz que a meta é, nesse período de cooperação tecnológica, u sar a vinhaça (resíduo da destilação alcoólica da canade-açúcar) das usinas para selecionar entre os seus microorganismos as microalgas para produzir uma biomassa destinada ao biodiesel. “Isso já existe fora do País, mas ainda é caro, não é competitivo com o próprio etanol, e, por isso, vamos ver, numa plantapiloto, com escala intermediária para grande produção, qual é a produtividade e se vai compensar”, explica Bastos.

Almeida destaca que a parceria é entre uma universidade federal e uma empresa que trabalha com a preservação ambiental. A Algae desenvolve projetos de cultivo de microalgas para produzir biocombustíveis.

“Precisávamos de um parceiro acadêmico e inscrevemos o projeto em conjunto com a UFSCar no BNDES”, diz o gerente-técnico da Algae, Sergio Goldemberg.

Se a pesquisa funcionar, as usinas irão agregar mais um produto para comercialização.

A vinhaça normalmente é usada pelas usinas na irrigação dos próprios canaviais, mas Bastos enfatiza que isso deve ter cautela, já que o excesso de potássio contido nela satura o solo.