Novas variedades de cana apresentam alto potencial produtivo

IAC (Instituto Agronômico) lançou na terça-feira (25/11), no Centro de Cana, em Ribeirão Preto, duas novas variedades de cana-de-açúcar para o setor sucroenergético com alto potencial produtivo e elevado índice de brotação: a IAC07-2361 e a IAC09-6166.

Segundo o coordenador do IAC e Programa Cana, Marcos Guimarães Landell, a primeira é um material rústico com elevada produtividade por hectare que tem um desenvolvimento muito rápido no canavial.

De porte semiereto, a variedade produz 14,7 colmos por metro, o equivalente a 98 mil colmos por hectare, e tem excelente adaptação à mecanização no plantio e na colheita.

Landell destaca na 6166, também de porte semiereto, a excelente adaptação às condições de cultivo mecanizado, a alta produtividade e longa permanência do alto teor de sacarose.

“É uma característica bastante incomum nas variedades de cana. A sacarose nessa variedade começa alta desde abril, no início da safra, e permanece assim até o fim de outubro, no final da safra”, disse ele ao Globo Rural.

Mauro Alexandre Xavier, diretor da Divisão Avançada de Pesquisa e Desenvolvimento de Cana, ressaltou que as variedades lançadas começaram a ser desenvolvidas em 2007, época em que o instituto teve que vencer vários desafios para continuar a fazer pesquisas.

Elas foram testadas em 14 regiões de variadas condições climáticas, com o apoio de 196 empresas parceiras do setor de bioenergia. No total, desde a década de 90, o instituto já lançou 42 variedades de cana.

Censo varietal

Durante reunião do Grupo Fitotécnico da Cana-de-Açúcar também foi apresentado o novo Censo Varietal realizado nas principais regiões produtoras do país, com informações coletadas de 255 unidades produtoras, que representam 6,7 milhões de hectares ou 68% do total cultivado.

As cinco variedades mais plantadas no país foram a CTC4, que atingiu pela primeira vez o topo do ranking com presença em 11,3% das áreas cultivadas, seguida pela RB 867515 (10,7%), RB 9662579 (9,5%), RB 92579 (5,9%) e RB 975242 (5,3%). Nesse ranking nacional, a IACSP95-5094 aparece em 13º lugar, com 1,7% de área plantada.

Segundo o estudo do IAC, diferentemente da soja e do milho, a substituição de variedades de cana-de-açúcar é lenta, podendo se prolongar por mais de 30 anos. Nesse contexto, as cultivares CTC, do Centro de Tecnologia Canavieira, tiveram grande avanço na década. Na safra 2015/16, foram plantadas em 11,5% das áreas e atingiram 30% na safra 2024/25.

No mesmo período, as variedades RB, da Ridesa, tiveram uma redução de 62,4% para os atuais 53,6% e as cultivares do IAC, avançaram de 2,6% para 6,1%.

A recomendação do IAC é que o produtor use as variedades “craques” para a sua região em no máximo 15% da área e distribua no restante outras cultivares com participação máxima de 10%.