Em sua primeira estimativa da safra 2005/06, a Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo) prevê uma safra de até 345 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para o Centro-Sul do país. Se confirmadas as estimativas, os volumes são 4,9% maiores que no ciclo 2004/05.
A Unica prevê que a produção de açúcar deverá alcançar 22,77 milhões de toneladas, 3% maior que a safra passada. As exportações de açúcar terão um aumento de 3%, para 14,7 milhões de toneladas. No álcool, a Unica estima que a produção alcançará 15,1 bilhões de litros, um incremento de 11%. As exportações de álcool deverão se manter nos mesmos patamares de 2004/05, em torno de 1,8 bilhão de litros de álcool.
Os números da Unica estão bem abaixo das estimativas divulgadas pelo
mercado. Os analistas projetavam uma safra entre 355 milhões e 360 milhões de toneladas no Centro-Sul do Brasil. A consultoria Datagro manteve suas previsões em 358 milhões de toneladas.
Segundo Eduardo Pereira de Carvalho, presidente da Unica, parte dos
canaviais do Centro-Sul foi afetado pela seca. Contudo, o clima seco
beneficiou o rendimento de açúcar na cana. A Unica prevê que a oferta de ATR (quantidade de açúcar na cana) será 7% maior em relação ao ciclo anterior.
Para fazer os cálculos para o tamanho da nova safra, a Unica fechou parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Centro de Tecnologia Brasileira (CTC) para a utilização de imagens de satélite para o cálculo da área plantada, além de um censo reunindo informações detalhadas de 116 unidades produtoras do Centro-Sul do país. “Utilizamos esses mecanismos para tornar a análise o mais transparente possível”, disse Carvalho.
A Unica informou que a área colhida será 5,7% maior. Deste volume, 1,6% responde pela cana que ficou nos canaviais. A produtividade desta safra, contudo, será 2,3% menor, em razão do envelhecimento da cana colhida e do clima seco. Boa parte dos canaviais estará no quarto corte. Carvalho explicou que boa parte da cana foi plantada depois da safra 2000/01, marcada pela forte quebra.
Carvalho disse que o mercado interno terá incremento de produção para
atender à crescente demanda pelo combustível por conta dos veículos
flexfuel. Em março, a produção de carros a álcool e flexfuel atingiu 38%. Em 2006, a expectativa é de que atinja 90% do total produzido.