Durante sua apresentação no CANABIO25, Roberto Malimpence fez uma provocação direta às usinas: será que elas estão deixando dinheiro no pátio?
O Diretor da Baraúna Soluções Biológicas apresentou dados e casos reais mostrando que resíduos como vinhaça, torta de filtro e cinzas podem deixar de ser passivos ambientais e se tornar ativos estratégicos, gerando economia, fertilidade e aumento de produtividade.

Economia de R$ 6 milhões por safra

Segundo Malimpence, o erro começa na forma como muitas unidades ainda enxergam seus subprodutos. “Algumas tratam como resíduo, quando na verdade estamos falando de insumos de alto valor”, destacou. Ele demonstrou, com cálculos financeiros, que usinas que investem em compostagem estruturada e manejo regenerativo podem obter economias superiores a R$ 6 milhões por safra, apenas substituindo parte dos fertilizantes minerais por compostos orgânicos produzidos internamente.

O especialista defende que o pátio de compostagem deve ser encarado como uma “fábrica de organominerais”, não como um depósito de descarte. Com o uso de sensores que monitoram temperatura e umidade, é possível obter produtos de alta qualidade, reduzindo custos e aumentando o aproveitamento de nutrientes.

Outro destaque foi a vinhaça, que Malimpence definiu como uma verdadeira “mina de potássio”. Ele mostrou exemplos de usinas que estruturaram projetos para transformar a vinhaça em fertilizante, alcançando até R$ 23 milhões de retorno anual, além de ganhos ambientais expressivos.

Para o diretor, a mudança de mentalidade é urgente — e começa dentro das próprias usinas. “Ninguém ganha KPI por produzir uma boa torta ou uma vinhaça de qualidade. Mas é justamente aí que está o futuro da rentabilidade e da sustentabilidade”, afirmou.

Assista à palestra completa no canal oficial do JornalCana no YouTube e descubra como transformar resíduos em recursos regenerativos e lucrativos.