O Brasil se consolida como líder mundial no uso de bioinsumos, impulsionado por um crescimento expressivo nos últimos cinco anos. De acordo com Cibele Medeiros, consultora em bioinsumos da Conídio, o país já conta com cerca de 700 produtos registrados, a maioria de origem microbiológica.

O tema foi destaque em sua apresentação durante o CANABIO25 – Regenerar é preciso.

Revolução silenciosa

O avanço do uso de bioinseticidas e bionematicidas tem sido determinante para esse cenário, disse Cibele.

“Hoje, cerca de 52% do mercado é formado por bioinseticidas, e os bionematicidas já representam 90% do manejo da soja e 99% do milho. É uma revolução silenciosa acontecendo no campo”, afirmou.

Microrganismos com múltiplas funções

“O sucesso dos biológicos está ligado à forma como são desenvolvidos e aplicados”, afirma a especialista. “O biológico não é uma alternativa, mas uma premissa dos sistemas agrícolas modernos. Os microrganismos têm múltiplas funções. Um mesmo agente pode atuar como bionematicida e também como bioestimulante. O segredo está no manejo integrado e na escolha correta do isolado”, explicou.

A importância da cepa

Um dos pontos centrais da palestra foi a importância da cepa — a variação genética que define o comportamento e a função de cada microrganismo. “A cepa é o coração do bioinsumo. É ela que determina se um Bacillus amyloliquefaciens será bactericida, fungicida ou nematicida”, ressaltou Cibele, destacando que o sucesso no campo depende da qualidade do isolado, da formulação e da compatibilidade biológica.

A especialista também desmistificou a ideia de que a concentração é sinônimo de eficiência. Segundo ela, um produto com menor concentração pode ser igualmente eficaz, desde que a dose recomendada pelo fabricante seja adequada ao isolado e à formulação.

Assista a palestra completa de Cibele Medeiros no CANABIO25 no canal do YouTube do JornalCana.