
As usinas das regiões Norte-Nordeste torcem pela pronta remoção ou redução da tarifa de exportação de açúcar a granel aos Estados Unidos.
Com o chamado ‘tarifaço’ do governo Trump, o embarque do adoçante brasileiro recolhe hoje 50% de tarifa, que entre o ano passado e abril deste ano passo era de 10% – depois de ser 0% nos anos anteriores.
“É possível voltar aos 10% diante das negociações entre os governos dos EUA e do Brasil iniciadas no domingo, 26 de outubro, na Malásia”, afirma ao JornalCana Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar-PE.
Leia a seguir destaques da entrevista do executivo:
- Cotas: “Tradicionalmente, o Brasil possui cota de 150 mil toneladas de açúcar a granel que são enviadas aos EUA. O país é o segundo maior contemplado com a cota, depois da República Dominicana.”
- Como funciona o processo das cotas: “Os EUA abrem uma conta envolvendo cerca de 39 países para que forneçam açúcar a granel, e o Brasil sempre está com a segunda cota, porque deveria ter a primeira pelos seus números de produção, velocidade de atendimento dessas cotas.”
- Volume da cota: “A cota do Brasil é de 150 mil em uma região – Norte e Nordeste – que produz 3,7 milhões de toneladas de açúcar por safra”
- Prazo de envio: “Tem-se um ano para mandar o açúcar dessas cotas, entre outubro de um ano a setembro do ano seguinte.”

As cotas estão congeladas enquanto a questão das tarifas não é resolvida?
“Não. As cotas não estão congeladas. Alguns embarques foram feitos, mesmo com a tarifação, mas por uma necessidade, mesmo porque essas cotas têm uma extrema liquidez”
- Envio: Ou seja, as cotas existem mas estão tarifadas. “Consequentemente, não foi enviado todo o açúcar da cota”
- O que o setor espera? “Os produtores esperam uma solução que possa ocorrer. A gente espera que a partir do encontro dos dois presidentes na Malásia venha a iniciar entendimentos e concluir, então, pela remoção ou suspensão dessas tarifas durante as negociações.”