Investimentos da Colombo foram direcionados para a retomada da produtividade do canavial, visando resultados positivos na moagem da safra 2023/24
Investimentos da Colombo foram direcionados para a retomada da produtividade do canavial, visando resultados positivos na moagem da safra 2023/24

As usinas do Centro-Sul do Brasil deverão processar 625,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2026/27 – que terá início em 1º de abril do ano que vem –, aponta a primeira projeção da DATAGRO, divulgada terça-feira, 21 de outubro, durante a programação da 25ª Conferência Internacional sobre Açúcar e Etanol, promovida pela própria consultoria.

Para a temporada em vigor (2025/26), a DATAGRO está projetando a moagem de 607,3 milhões de toneladas.

Até a primeira quinzena de outubro, foram processadas 490,9 milhões de toneladas de cana, de acordo com dados da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica). “A safra 2025/26 tem sido marcada pela heterogeneidade, mas a produtividade média segue alinhada com nossa previsão”, afirmou, em nota, o presidente da DATAGRO, Plinio Nastari.

A consultoria prevê que 75% das usinas do Centro-Sul devem encerrar as operações de moagem na segunda quinzena de novembro.

Projeções da Safra 2026/27

Voltando às atenções para a safra 2026/27, a DATAGRO estima que a produção de ATR ficará em 139,5 kg/tc – ante 137,4 kg/tc na temporada 2025/26 – e o mix para açúcar em 52,0% – praticamente igual aos 52,1% projetados para o atual ciclo.

Com isso, a produção de açúcar deve totalizar 43,2 milhões de toneladas; volume que, se confirmado, ficará 4,3% acima das 41,4 milhões de toneladas estimadas para a safra 2025/26.

Segundo Nastari, o primeiro terço da safra 2026/27 do Centro-Sul do Brasil deverá ser marcada pela baixa expectativa de cana bisada, melhor estande, chuvas atrasadas, alguns sintomas de seca e aumento da pressão de S. levis.

Para o segundo terço, a DATAGRO projeta um bom estante, movimento normal para o período. “Já o terceiro terço dependerá muito do clima e das chuvas de abril, que são cruciais para esta área. Além disso, temos alguns produtores projetando aumento do plantio de ano”, afirma Nastari.

Perspectivas do Setor Sucroenergético

Durante sua apresentação, o presidente da DATAGRO elencou alguns pontos fortes que tendem a fazer o setor sucroenergético continuar expandindo, tais quais o reconhecimento do etanol como o combustível da descarbonização e o crescimento de 0,5% a 1% ao ano do consumo mundial de açúcar.

“Podemos citar também o Brasil como o único país do mundo que tem certificação individual de intensidade de carbono, através do RenovaBio, e os biocombustíveis como elementos-chave na integração de cadeias produtivas: cana, grãos e pecuária”, acrescentou.

Plinio também elencou alguns pontos negativos, como o fato do plantio de cana-de-açúcar ser uma atividade de capital intensiva e o elevado custo da terra, que não para de crescer.

Balanço mundial de açúcar

No evento, a DATAGRO também ajustou suas estimativas para o balanço mundial de açúcar. Para a safra 2024/25 – de outubro a setembro – a consultoria revisou sua estimativa de décifit de 5,22 para 5,00 milhões de toneladas; para a safra 2025/26, a previsão saiu de um superávit de 920 mil toneladas para um saldo positivo de 1,98 milhão de toneladas.