RenovaBio

Por que o RenovaBio tem queda de credibilidade

Muitos atribuem a desvalorização do RenovaBio às perdas sofridas no poder judiciário

Nos últimos meses a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) tem sofrido um ataque em sua credibilidade, materializada nos preços dos créditos de descarbonização negociados na B3 .

O CBIO está sendo negociado abaixo dos US$10,00 desde 15 de agosto. A menor negociação ficou na casa dos US$6,00.

Muitos atribuem a desvalorização do RenovaBio às perdas sofridas no poder judiciário. No dia 27 de agosto, o TRF-3 suspendeu as sanções imediatas às distribuidoras inadimplentes a serem aplicadas pela ANP.

De certa forma, um balde de água fria sobre os efeitos esperados para o acréscimo de penalidades da Lei nº 15.082, de 30 de dezembro de 2024, regulamentada no Decreto 12.437, de 16 de abril de 2025.

Analisando os instrumentos de gestão da Política que construímos, uma retomada dessa credibilidade viria com os ajustes do balanço entre a oferta e a demanda de CBIOs com a meta de 2026.

No dia 10 de setembro, o MME publicou a Portaria MME nº 864, que põe em consulta pública as metas compulsórias para o decênio 2026 a 2035.

Na visão do CNPE, a meta em 2026, deve ser de 48,09 milhões de CBIOs.

Pela reação do mercado, o remédio sobre a credibilidade do RenovaBio foi pequeno. Os preços que estavam em negociação em US$8,96 na véspera, foram para US$9,22 e voltaram para o patamar atual de US$7,76 (bem abaixo dos U$10,00).

Na nossa visão, levando em consideração que poucos inandimplentes vão adquirir os CBIOs dos ciclos anteriores, a meta proposta deveria ser de 49,89 milhões de CBIOs.

Isso trará mais animo ao mercado e preços que fariam o produtor de biocombustível investir em aumentar o seu índice de elegibilidade da matéria prima. Indicador que demonstra a prosperidade de uma Política Ambiental que visa o ganho da eficiência do setor de Biocombustíveis.

A consulta pública das metas de descarbonização do RenovaBio vão até o dia 26/10/2025.

Paulo Costa

Foi membro da equipe de construção da Política Nacional de Biocombustíveis - RenovaBio (Lei 13.576, 26 de dezembro de 2017). Liderou a articulação com o setor financeiro no processo de emissão, negociação e aposentadoria dos Créditos de Descarbonização do RenovaBio negociados na B3 S.A. (ex BMF Bovespa). No INMET,Liderou a iniciativa de financeirização do dado Meteorológico, o SIM-INMET, com os agentes do setor de gestão de risco para o desenvolvimento do Seguro de Índice Paramétrico. É CEO da House Of Carbon - Startup que atua no mercado de carbono

Foi membro da equipe de construção da Política Nacional de Biocombustíveis - RenovaBio (Lei 13.576, 26 de dezembro de 2017). Liderou a articulação com o setor financeiro no processo de emissão, negociação e aposentadoria dos Créditos de Descarbonização do RenovaBio negociados na B3 S.A. (ex BMF Bovespa). No INMET,Liderou a iniciativa de financeirização do dado Meteorológico, o SIM-INMET, com os agentes do setor de gestão de risco para o desenvolvimento do Seguro de Índice Paramétrico. É CEO da House Of Carbon - Startup que atua no mercado de carbono