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Empresas pedem que países adotem 100% de energia limpa até 2050

Representantes de empresas de 25 países participaram na terça-feira, 5 de outubro, de uma cúpula empresarial sobre mudanças climáticas realizada no México. Os empresários elaboraram uma declaração ao final do evento, na qual defendem que os governos devem estabelecer metas “ambiciosas, mensuráveis e claras” de redução de emissões dos gases causadores de estufa até 2020.

Os empresários constatam que a criação de “economias baixas em carbono é um imperativo social” e estabelecem compromissos em cinco setores: energético, informação e telecomunicações, construção, agricultura e alimentação e transportes.

No setor energético, as companhias acreditam na possibilidade de se ter 100% de energia renovável no planeta até 2050, segundo informou a Agência EFE. “Esta é uma declaração muito importante porque este é o coração do problema: como eliminarmos os combustíveis fósseis. Dizem que podemos fazê-lo com as tecnologias que já existem”, afirmou o diretor-geral do Fundo Mundial para a Natureza, James Leape, na entrevista coletiva final.

“As mudanças climáticas são o maior desafio econômico, ambiental e de desenvolvimento de nosso tempo”, advertiram os empresários por meio da declaração elaborada a menos de dois meses da 16ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP16), que será realizada em Cancún, no México.

Entre as empresas presentes estavam: Acciona, Alstom, British Telecom, Walmart, Tata, Bimbo, Hewlett Packard, AP Moeller Maersk, Coca-Cola, Siemens, Nestlé, Calera, Cemex, Deloitte, McKinsey e Tria Solar.

A reivindicação das corporações do setor privado em relação aos governos foi feita no mesmo dia em que o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) acusou as 3.000 maiores empresas do mundo de responsabilidade por um terço dos danos ambientais em 2008.

Segundo o órgão da ONU, o custo dos danos ambientais causados por essas grandes organizações chega ao valor de US$ 2,15 trilhões. O comunicado se baseia em um estudo que calcula o valor monetário do prejuízo da atividade empresarial sobre a natureza e das possíveis cifras futuras destes danos para os investidores.

O custo econômico da atividade humana, em geral, causou prejuízos ao meio ambiente na ordem de US$ 6,6 trilhões em 2008, o equivalente a 11% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, de acordo com o relatório do Pnuma.