Mercado

Governo cobra comprometimento das empresas sucroalcooleiras

Há dois anos como diretor de açúcar e álcool no Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan, voltou a cobrar o maior comprometimento dos empresários do setor sucrolcooleiro, ontem, durante o II Workshop de açúcar e álcool promovido pelo Jornal Cana. “Não há condição de ser líder mundial de álcool, se não abastecermos o mercado interno”, diz.

O consumo de açúcar, segundo ele, é do tamanho do estômago, enquanto a do álcool é incalculável, comparou. Os Estados Unidos, segundo ele, que já produzem 8 bilhões de litros anuais de etanol, podem tirar a liderança do Brasil, caso os empresários continuem a dar preferência ao açúcar. Ele lembrou a demanda dos países por álcool, como Japão e Suíça, que demonstraram interesse pelo produto brasileiro. “Para ter excedente vendável, é preciso abastecer o mercado interno”, diz ele, ressaltando que para o Brasil ocupar lugar de destaque precisa ter mecanismos de oferta.

Durante sua palestra, Bressan lembrou das duas reuniões, a última com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre o governo e os empresários, onde foi fechado o acordo de antecipar a safra, produzir pelo menos 600 milhões de litros em abril e manter os preços em R$ 1 para o anidro, livre de impostos, e R$ 0,85 para o hidratado, e aumentar a produção de álcool em 1,5 bilhão de litros.

Em contrapartida, o governo deve liberar recursos – de R$ 500 milhões – para a estocagem de álcool, elevar mistura, hoje em 20%, e viabilizar as câmaras setoriais.

Sobre a mistura, Bressan disse que não precisa necessariamente voltar para 25%, como era em janeiro. Se a oferta não estiver comprometida – o governo terá a percepção durante o início da safra –, a mistura voltará aos 25%. Mas, poderá subir menos, para 22%, se comprometer a oferta. Se houver guerra, por exemplo, o mecanismo estará totalmente descartado.

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