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Estatal defende unificação de projetos para duto de etanol

Diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa defendeu ontem a unificação dos três projetos de construção de um duto de etanol ligando o Centro-Oeste a São Paulo. Ao lado da ETH e da Uniduto, a estatal já recebeu proposta de traçado que interesse a todos, mas ainda não há decisão final.

“Não vemos espaço para três dutos. Interessados vão negociar e fechar projeto que atenda aos interesses de todos os investidores”, disse Costa, em palestra no evento “Do Petróleo aos Biocombustíveis”. Ele não quis dar entrevista ao final da apresentação por conta do período de silêncio prévio à capitalização da Petrobras.

Costa disse que a estatal acabou de criar uma empresa comercial em parceria com a Camargo Corrêa para cuidar do projeto. ETH e Uniduto tinham, cada uma, seu próprio projeto. “Não faz sentido transportar grandes quantidades de biocombustível por caminhão, queimando diesel”, comentou o diretor executivo comercial, de logística e suprimentos da ETH, Marcelo Mancini, presente ao evento.

Segundo ele, o novo traçado em estudo comporta a produção de todas as empresas envolvidas e sairá de Goiás com destino a Paulínia, passando pelo Triângulo Mineiro. “São as principais fronteiras da cana-de-açúcar”, explicou. Mancini não quis falar em investimentos nem em composição acionária da nova empresa. As três companhias ainda estão avaliando os detalhes.

Capitalização

Presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli quebrou ontem o jejum com a imprensa imposto sobre o período de silêncio que antecede o processo de capitalização da companhia. Apesar de contido com as palavras, o executivo confirmou que o lançamento das ações vai realmente acontecer em setembro. “Não vamos adiar, não tem porquê”, disse ele em rápida entrevista.

Indagado sobre a necessidade e a urgência da realização da capitalização, Gabrielli destacou que a companhia tem caixa de R$ 24 bilhões e precisa da capitalização apenas para cumprir seus investimentos no longo prazo. (AE)