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Fornos movidos à cana

Uma boa pizza é uma pedida quase universal. E quando a propaganda diz que a massa é feita no forno à lenha a “água na boca” é imediata. O que pouca gente sabe, no entanto, é que a madeira deixou de ser uma certeza dentro do forno. E que é, cada vez maior, a chance da sua pizza ser feita assada no forno à canade- açúcar. Em São Paulo, terra das pizzarias e da cana, o uso do bagaço já corresponde ao maior uso nesses estabelecimentos. Em Pernambuco, os pequenos tijolos dessa sobra também começam a se estabelecer. Chamados de briquetes, essa fonte de energia garante um uso ao resíduo gerado nas usinas e oferece uma fonte energética renovável e ecológica que pode, ainda, ser aproveitada em vários mercados. O sabor da “redonda” só tende a aumentar.

O engenheiro mecânico e pesquisador da Embrapa Agroenergia, em Brasília, José Dilcio Rocha, acredita que o uso disseminado das sobras da cana-de-açúcar está apenas começando. “As aplicações estão no início. Mas desenvolvemos estudos e criamos inovações tecnológicas que tendem a ampliar ainda mais os usos nas cidades e indústrias”, destacou. A tecnologia criada pela instituição foi capaz de produzir um briquete de cana com maior eficiência energética do que a própria madeira. “A lenha é um dos biocombustíveis mais antigos da humanidade. Talvez, por isso, ainda seja tão usada. Mas a necessidade estimula a busca por uma solução”, afirmou.

Quem aprova e já usa o bagaço de cana prensado destaca que o produto favorece o sabor, pois permite um cozimento uniforme e rápido. Domingos destacou que o forno a lenha com briquete chega a temperatura de 400ºC a 500ºC enquanto um modelo a gás não ultrapassa os 300ºC. Outra vantagem listada pelo pesquisador é que o briquete dificilmente ficará sem um substituto a altura.