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Etanol de milho: a revolução que deve dobrar de tamanho no Brasil

Durante o Congresso Internacional SINATUB 25, Ágata Turini, informou que o Brasil produz 8,2 bilhões de litros de etanol de milho por ano

Etanol de milho: a revolução que deve dobrar de tamanho no Brasil

Durante o segundo dia do Congresso Internacional SINATUB 25, Ágata Turini, diretora comercial da Fertron, apresentou um cenário de rápido crescimento sobre o futuro do etanol de milho no Brasil. Intitulada “A indústria do futuro: etanol de milho”, a apresentação reforçou o protagonismo crescente desse biocombustível no cenário energético nacional e destacou o papel estratégico da automação industrial nesse processo de transformação.

Ágata destacou a evolução do setor e o crescimento acelerado da produção. Segundo dados da UNEM (União Nacional do Etanol de Milho), o Brasil já ultrapassou a marca de 8,2 bilhões de litros de etanol de milho produzidos por ano, representando mais de 20% da produção nacional de etanol — número que deve dobrar em menos de uma década. 

Ágata relembrou a trajetória do etanol de milho no Brasil, desde a primeira planta, em 2008, até os projetos mais modernos como a AFS, implantada em 2017 com tecnologia americana. “Hoje, porém, já temos uma base tecnológica brasileira forte, e a Fertron é prova disso”, afirmou.

“Nosso diferencial está na integração total: automação, painéis de controle, instrumentação de alta precisão, elétrica, tudo desenvolvido com tecnologia própria. Isso garante um nível de controle e eficiência operacional superior, com impacto direto na rentabilidade”, explicou.

Vantagens operacionais e econômicas

Ágata destacou que a indústria do milho nasce automatizada, com maior controle de processos e menor necessidade de mão de obra. “Enquanto uma planta full exige 122 pessoas, uma planta flex demanda apenas 22. Isso é o pulo do gato”, disse.

Além disso, ela apresentou comparativos de plantas full e flex, mostrando que o investimento em uma planta flex é cerca de R$ 200 milhões menor, com ebitida anual superior. “É viável, escalável e altamente rentável”, reforçou.

Outro destaque é a possibilidade de operação contínua, 365 dias por ano, com armazenamento de grãos por até três anos, o que garante flexibilidade produtiva — especialmente atrativo para usinas de cana que desejam se tornar flex.

Novos produtos e novas receitas

Além do etanol, as plantas produzem óleo de milho, ração animal (DDG e WDG), CO₂ e exportam energia elétrica, o que diversifica as receitas e fortalece a sustentabilidade financeira do negócio. “Com mil toneladas por dia, é possível produzir anualmente 152 milhões de litros de etanol, 102 mil toneladas de óleo e exportar 6,8 mil MWh de energia. Isso não é futuro, é presente.”

Perspectivas e política pública

A executiva destacou ainda a importância do apoio institucional e das políticas públicas, citando o RenovaBio, o programa Combustível do Futuro . “O Brasil tem tecnologia. Estamos evoluindo. Nossa base automotiva já é flex, e agora migramos para o híbrido flex elétrico. Não precisamos copiar modelos externos. Podemos liderar essa transformação”, concluiu.