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Renuka deve pagar dívidas do Equipav

Prazo é até o final do mês e montante é de R$ 200 milhões, sendo R$ 84 milhões referentes aos fornecedores de cana-de-açúcar para as usinas. Credores insatisfeitos cobram juros e correção sobre o principal AShree Renuka Sugars deve pagar a dívida do grupo Equipav Açúcar e Álcool com seus fornecedores até o final de julho.

A dívida está orçada em cerca de R$ 200 milhões. A informação é do diretor superintendente das usinas do grupo Equipav, Luis Paulo Santana.

No final de junho, a Shree Renuka finalizou a compra de 50,34% de duas usinas do grupo Equipav por R$ 450 milhões. Segundo Santana, deste total da dívida de R$ 200 milhões, o montante relativo aos fornecedores de cana-de-açúcar para as usinas soma R$ 84 milhões. “O restante é para pagamento de fornecedores industriais”, disse.

Santana informou que fornecedores de cana que estavam sem receber por seu produto há cerca de duas safras já estão recebendo a totalidade do principal da dívida. O executivo explica que a empresa fez uma proposta de pagamento apenas do principal da dívida, sem juros nem correção monetária. As dívidas até R$ 10 mil serão pagas até o final desta semana. As dívidas entre R$ 10 mil e R$ 50 mil serão quitadas na próxima semana e as dívidas acima de R$ 50 mil serão zeradas até o final de julho.

No entanto, os fornecedores de cana ligados a Associação dos Fornecedores de Cana da Noroeste Paulista (Norplan) não ficaram satisfeitos com a proposta feita pela Equipav para o pagamento das dívidas. “Foi decepcionante saber que depois de dois anos sem receber, não nos ofereceram nem juros nem correção sobre o principal”, afirma o vice-presidente da Norplan, Nelson Perez Júnior.

Os associados da Norplan são responsáveis por cerca de 10% da cana fornecida para o grupo Equipav. Segundo Perez, apenas quem precisa de recursos neste momento está aceitando o pagamento da dívida, que inclui a assinatura de um documento que implica na quitação total da dívida dos fornecedores com a empresa, mesmo com a empresa pagando apenas o principal.

O presidente da Norplan, Rômulo Tinoco, afirmou que as negociações com a Renuka não terminaram. Tinoco afirmou que durante estes dois anos, eles foram parceiros e ficaram sem receber em função da crise nas usinas e que, neste momento, espera uma reciprocidade por parte da empresa, saneada com a entrada da Renuka.